O conflito Israel-Hamas foi um dos temas principais do debate quinzenal na Assembleia da República, esta quarta-feira. O Chega lançou a questão, mas foram PCP e Bloco de Esquerda os que a aprofundaram e levaram António Costa a assumir que Israel está a violar os direitos humanitários.
Para Sebastião Bugalho, a esquerda teve “uma posição clarificadora” sobre o assunto.
“Todos aproximaram-se de uma posição mais moderada. Ouvimos uma condenação ou pelo menos uma solidariedade com as vítimas civis de ambos os lados”, realçou o jornalista, citando que Paula Santos [deputada do PCP] lamentou as perdas das duas partes" e que Mariana Mortágua [coordenadora do Bloco de Esquerda] fez uma “condenação taxativa do terror do Hamas”.
E António Costa? O primeiro-ministro condenou tanto o cerco de Gaza feito por Israel, como os atos terroristas do Hamas.
"Foi um debate mais moderador do que os últimos dias, em que várias acusações foram trocadas entre a esquerda e a direita", disse Sebastião Bugalho.
Saúde, TAP e Santa Casa
Apesar do conflito israelo-palestiniano ter dominado uma parte considerável do debate, os partidos puxaram por outros assuntos para confrontar António Costa.
O PSD, maior partido da oposição, centrou-se “no Orçamento do Estado, no Serviço Nacional de Saúde e na Santa Casa da Misericórdia”. A Iniciativa Liberal, por sua vez, realçou as questões “dos médicos de família e da habitação”.
Para Sebastião Bugalho, foi aqui que o primeiro-ministro teve mais dificuldades.
“António Costa acaba por se sair melhor sobre o Médio Oriente do que nos assuntos domésticos”.
O comentador da SIC cita três temas em que o Chefe de Governo “não respondeu ou escolheu não responder": a TAP, a Santa Casa da Misericórdia e a Saúde, área em que Costa ”começa a não ter respostas suficientes para não dizer sempre a mesma coisa".