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Depressão Aline: o pior já passou em Portugal?

A depressão Aline chegou a Portugal e não demorou a surgirem diversos relatos de inundações. Um problema que, quase todos os anos, é sentido em Portugal.

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Todos os distritos estão esta quinta-feira sob aviso laranja. A chuva, acompanhada de vento forte, chegou a Lisboa e ao Porto e foram registadas mais de 1.200 ocorrências até às 13:30 em todo o país.

O pior já terá passado “para a metade norte do país”, afirma Duarte Costa, especialista em alterações climáticas.

“A metade sul, o Alentejo e o Algarve ainda vão ter de ter a experiencia desta depressão Aline, que vem do noroeste, do Oceano Atlântico”.

Infraestruturas “não têm capacidade”

Depois da chuva, o que temos visto é uma série de inundações em várias partes do país. No entanto, a depressão Aline era um evento expectável, garante Duarte Costa.

“Não é um evento que seja muito extraordinário para esta altura do ano, este tipo de chuva acontece, são as chamadas cheias rápidas”, diz o especialista em alterações climáticas. "No nosso país, temos ribeiras e cursos de água que não têm capacidade de gerir esta água extrema".

Em algumas zonas do país, como Oeiras, Cascais e Sintra, há “um problema sério de construção em zonas importantes”. Um tema que não é de hoje, mas que “não está a ser resolvido”.

No passado, em Algés, tivemos um problema muito sério. E o que fizemos? Compensamos as pessoas, que precisavam de ajuda, gastamos milhões de euros. Mas o que estamos a fazer que não se repita? Em Oeiras, foi pedido um estudo para fazer um plano municipal de adaptação às alterações climáticas. Este estudo foi pago à Universidade de Lisboa e ainda não há um plano, ou seja, medidas claras para proteger as pessoas e as propriedades", revela Duarte Costa.