A passagem da depressão Aline por Portugal trouxe chuva e vento forte e, com eles, inundações, cortes de vias e queda de árvores. Para os próximos dias, a previsão é de desagravamento, mas no domingo e na segunda-feira o estado do tempo vai voltar a piorar.
No último balanço, a Proteção Civil deu conta de 3.470 ocorrências até às 19:00 desta quinta-feira. A maioria deveu-se a inundações na via pública, algumas habitações inundadas, cortes de via e queda de árvores e de estruturas devido ao vento.
Proteção Civil está a avaliar “novo agravamento”
"Neste momento tende a situação meteorológica a desagravar, mas desagravar não significa uma melhoria substancial, significa que (…) poderão ainda ocorrer aguaceiros pontualmente fortes e por vezes vento com alguma intensidade. Poderá haver um (…) novo agravamento para domingo e segunda-feira", adiantou o comandante nacional da ANEPC.
Face ao fenómeno meteorológico que pode afetar Portugal a partir de domingo, André Fernandes referiu que o atual dispositivo vai manter-se e está "numa fase de recuperação", sendo que após a avaliação que for feita na sexta-feira "será ajustado ao potencial de dano que o fenómeno apresentar".
Depressão Aline foi “evento com alguma seriedade”
Questionado sobre se entendia haver um desfasamento entre o nível de alerta lançado pelo IPMA em relação às condições meteorológicas e os efeitos e consequências efetivamente registados, o comandante nacional da ANEPC respondeu que esta quinta-feira, só em Lisboa, registaram-se 748 ocorrências, o que demonstra "que houve um evento com alguma seriedade".
Afirmou que existe coordenação e troca de informação com o IPMA ao minuto e que foi devido a essa coordenação que hoje foram possíveis ações preventivas.
"A coordenação existe e está perfeitamente oleada entre as diferentes entidades", disse.
Todos os distritos de Portugal continental estão desde as 06:00 sob aviso laranja devido à chuva, vento e agitação marítima fortes.
Atenção às previsões do IPMA e alertas da Proteção Civil
O climatologista Carlos Câmara explicou, à SIC, que “este tipo de tempo vai continuar nos próximos oito a 10 dias", com um “conjunto de depressões, umas atrás das outras, mas com intervalos de dias”.
Por isso, alertou que é preciso estar atento às previsões do IPMA e dos alertas da Proteção Civil.
“Estes tipos de episódios podem torna-se mais frequentes, porque os mecanismos que os favorecem são, por sua vez, fornecidos pelas alterações climáticas”, acrescentou o climatologista.
Com Lusa