O cofundador da Altice Armando Pereira deixa de estar em prisão domiciliária e é obrigado a prestar a maior caução alguma vez exigida pela justiça portuguesa: 10 milhões de euros. A informação foi avançada pela agência Lusa e confirmada à SIC pelo advogado Manuel Magalhães e Silva, que defende Armando Pereira
O tribunal decidiu, também, que continua proibido de contactar outros arguidos do processo e colaboradores ligados às empresas do empresário Hernâni Vaz Antunes. Ainda assim, passa a poder viajar para fora do país, se tiver autorização prévia do tribunal.
Já Hernâni Vaz Antunes, empresário e amigo de Armando Pereira, vai continuar em prisão domiciliária. O Ministério Público não promoveu qualquer alteração das medidas de coação.
Contactado pela SIC, o advogado Rui Patrício, que defende Hernâni Vaz Antunes, critica aquilo a que chama dualidade de critérios das autoridades.
“Não comento promoções sobre um processo em segredo, digo apenas que, a ser assim, fico satisfeito pelo co-arguido, mas não posso deixar de estranhar a flagrante dualidade de critérios, a qual por parte da investigação não é novidade e que agora, três meses passados e com tudo o que ocorreu e é público, é até chocante e cujas razões a seu tempo certamente serão avaliadas”, contesta.
Recorde-se que no âmbito da Operação Picoas, Armando Pereira está indiciado pelo Ministério Público (MP) de 11 crimes, entre os quais seis de corrupção ativa e um de corrupção passiva no setor privado, além de quatro de branqueamento de capitais e crimes não quantificados de falsificação de documentos no processo 'Operação Picoas'.
Neste processo está em causa uma "viciação decisória do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência" que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva e para crimes de fraude fiscal e branqueamento.
Os investigadores suspeitam que, a nível fiscal, o Estado terá sido defraudado numa verba superior a 100 milhões de euros.
Com LUSA