País

"Situação intolerável para a democracia": Ventura apela à demissão de Costa

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o líder do Chega deixa um apelo a António Costa: "Demita-se e permita a renovação política que o país precisa e permita aos portugueses fazer as escolhas que eles próprios merecem fazer".

André Ventura
Loading...

O Chega diz que estas buscas comprometem a continuidade do Governo e a imagem do país. Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura apela ao primeiro-ministro para que se demita.

O líder do Chega começa por se referir à nomeação de João Galamba que o partido desde logo criticou.

"António Costa decidiu, mesmo assim, manter a nomeação do João Galamba como ministro. Hoje, ao longo do dia de hoje, estamos a perceber finalmente o erro e o mal que esta nomeação fez à democracia ao Estado de direito, provavelmente a todo o Governo. Este era um aspeto dispensável e que os portugueses podiam ter sido poupados", sublinha André Ventura.

O dirigente do Chega destaca também o facto de ser "a primeira vez na história da democracia portuguesa desde o 25 de Abril que há buscas na residência oficial do primeiro-ministro".

No contexto desta investigação André Ventura considera que estamos perante "uma situação intolerável para a democracia".

"Ninguém é culpado antes de ser condenado. O que está aqui em causa é que o senhor primeiro-ministro não é um deputado qualquer, não é um dirigente qualquer e primeiro-ministro de Portugal", realça.

"Senhor primeiro-ministro demita-se e permita a renovação política que o país precisa e permite aos portugueses fazer escolhas que eles próprios merecem fazer", apela o líder do Chega.

Pelo menos cinco pessoas foram detidas no âmbito de um processo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que investiga, desde 2019, os negócios do hidrogénio e do lítio. O ministro João Galamba foi constituído arguido e o primeiro-ministro será investigado num processo autónomo, pelo Supremo Tribunal de Justiça.

O empresário Diogo Lacerda Machado - conhecido como o “melhor amigo” de António Costa -, o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara Municipal de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, e dois executivos de empresas estão entre os detidos.