O secretário-geral do PCP acusa o Governo de levar a cabo uma operação de desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde. De visita a um centro de saúde em Coruche, Paulo Raimundo critica Manuel Pizarro por ter interrompido as negociações com os médicos.
“O senhor ministro, não quer negociar nada, está na cara, isso está visto, não? Por isso é que explica 16 meses para trás e para a frente, a adiar reuniões e por aí fora. Por isso é que se explica ter naturalmente acabado com as negociações”, acusa o secretário-geral do Partido Comunista Português, à porta de um centro de saúde de Coruche.
Para o líder partidário é importante dar respostas às pessoas que esperam que um serviço de urgência funcione 24 horas por dia. No entanto, e como aponta o comunista Paulo Raimundo,"as pessoas já sabem que depois das 20:00 não podem ficar doentes, a não ser que queiram ir ou possam ir para Santarém, para Vila Franca".
Da mesma forma, Raimundo descarta a crise política como justificação para a inação de um Governo em vias de ser demissionário, tendo, no seu entendimento, os instrumentos para avançar com respostas aos problemas.
“A ideia de um Governo em gestão, um Governo demissionário até hoje é uma falácia, porque o Governo tem os poderes todos na mão, tem as funções todas na mão, não foi sequer demitido como sabemos ainda formalmente e, portanto, o Governo tem que responder ao problema e como estava a dizer e bem, a saúde é uma questão prioritária e é preciso dar resposta”, explica.
Por fim, para o líder do PCP, o SNS “não anda” porque a opção do Governo socialista “é desmantelar, denegrir os serviços, entregar as partes dos serviços do Serviço Nacional de Saúde ao setor privado da doença”.