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Pesca acidental de golfinhos: Bruxelas abre processo de infração a Portugal

As autoridades portuguesas têm agora dois meses para responder adequadamente às questões levantadas na carta de notificação. Se tal não acontecer, a Comissão Europeia poderá decidir pelo envio de um parecer fundamentado.

Um golfinho-roaz avistado pela equipa de investigadores que está a estudar os tipos de cetáceos presentes ao largo do Algarve
Um golfinho-roaz avistado pela equipa de investigadores que está a estudar os tipos de cetáceos presentes ao largo do Algarve
Rui Peres dos Santos

A Comissão Europeia abriu esta quinta-feira um processo de infração a Portugal por falha na adoção de medidas para evitar a captura acessória de espécies de golfinhos por navios de pesca, ao abrigo da diretiva Habitats.

Lisboa tem agora dois meses para responder adequadamente às questões levantadas na carta de notificação e, se tal não acontecer, a Comissão poderá decidir pelo envio de um parecer fundamentado.

Para Bruxelas, Portugal não estabeleceu um sistema de monitorização da captura acidental e morte de espécies protegidas como o golfinho comum (Delphinus delphis), o roaz-corvineiro (Tursiops truncatus) e o boto (Phocoena phocoena) nas águas da sua jurisdição, espécies estritamente protegidas ao abrigo da diretiva Habitats.

O executivo comunitário considera ainda que Portugal não deu os passos necessários para evitar perturbações significativas das duas últimas espécies em vários sítios Natura 2000 designados para a sua proteção.