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Caos nos centros de saúde: médicos dizem-se "sobrecarregados"

O protesto às horas extraordinárias começou no Verão e desde então nos centros de saúde foram canceladas mais de 300 consultas. Uma situação que vem a piorar ainda mais para os milhares de utentes que não têm médico de família.

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A greve às horas extraordinárias nos centros de saúde começou no dia 24 de julho e desde então que já foram canceladas mais de 300 consultas. Os médicos dizem estar sobrecarregados.

"Cada um de nós tem, em média, cerca de 1958 utentes. E além disso, temos de colaborar no atendimento complementar em horas extraordinárias. Este atendimento complementar serviria para dar uma resposta à doença aguda, de modo a que o doente não recorra tantas vezes à urgência", explica a médica de medicina geral e familiar, Maria João Tiago.

O atendimento complementar foi criado para consultas de doença aguda, mas com a falta de médicos, é nesse serviço que os médicos, depois de terminarem de ver os próprios doentes, assistem os utentes a quem não foi atribuído um médico de família, sendo esses, os mais afetados pela greve dos médicos.

"Isto foi a forma que os cuidados de saúde primários tiveram ao fim de alguns alertas para a resolução dos 'sem médico'", diz a clínica.

Os médicos lamentam a falta de investimento por parte do Governo nos serviços primários de saúde a quem culpam pelos constrangimentos. Os profissionais receiam que a incapacidade do Ministério da Saúde em chegar a um acordo com os médicos venha a piorar a situação e quem já está fragilizado pela doença e não tem possibilidade de procurar ajuda fora do SNS.