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Sem ceder a pressões, Centeno quer cumprir mandato no Banco de Portugal até ao fim

A informação é avançada pelo jornal Público. Mário Centeno tem mais um ano e meio pela frente na chefia do banco central e não afasta a possibilidade de recondução a um segundo mandato.

Sem ceder a pressões, Centeno quer cumprir mandato no Banco de Portugal até ao fim
Francisco Seco

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, garante que não cede a pressões e que vai cumprir o mandato até ao fim.

A informação é avançada este domingo pelo jornal Público.

Centeno tem mais um ano e meio pela frente na chefia do banco central e não afasta a possibilidade de recondução a um segundo mandato. Ainda assim, é uma hipótese que pode ser travada no futuro perante uma vitória da direita nas eleições legislativas antecipadas.

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Mário Centeno tem estado debaixo de fogo, depois de ter sido apontado pelo primeiro-ministro como possível sucessor na chefia do Governo, caso Marcelo Rebelo de Sousa não dissolvesse o Parlamento.

O Público dá ainda conta de um telefonema entre Marcelo e Centeno, no dia 9 de novembro (dia em que o chefe de Estado falou ao país), no qual o Presidente da República terá dado a Centeno uma “palavra de conforto” e ter-lhe-á explicado a razão da convocação de eleições antecipadas.

Mário Centeno
ANTÓNIO COTRIM

Em declarações ao jornal Financial Times, no passado domingo, o governador do Banco de Portugal afirmou ter recebido "um convite do Presidente e do primeiro-ministro para refletir e considerar a possibilidade de liderar o Governo" e que estava "muito longe de tomar uma decisão".

Em reação, na madrugada de domingo para segunda-feira, o Presidente da República publicou uma nota a negar que tenha convidado quem quer que seja para chefiar o Governo, incluindo Mário Centeno, ou autorizado qualquer contacto para este efeito.

A declaração de Marcelo Rebelo de Sousa levou Centeno a corrigir a sua declaração: "É inequívoco que o senhor Presidente da República não me convidou para chefiar o Governo", já que optou por dissolver a Assembleia da República, disse Mário Centeno em comunicado.

A conduta de Mário Centeno levou a uma reunião extraordinária da Comissão de Ética do Banco de Portugal, para ser avaliada, tendo esta considerado que o governador cumpriu os deveres gerais de conduta e "agiu com a reserva exigível". Contudo, acrescenta que, "no plano objetivo, os desenvolvimentos político mediáticos subsequentes podem trazer danos à imagem do Banco", considerando que "a defesa da instituição é ainda mais relevante num período como o atual".

Neste sentido, recomendou a comissão presidida por Rui Vilar que "o governador, a Administração e o Banco no seu todo continuem empenhados na salvaguarda da imagem e reputação do Banco de Portugal".