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"É deprimente": movimento cívico organiza protesto pelo acesso a cuidados de saúde na Guarda

Marcha lenta e cordão humano, que vai ligar o hospital à câmara da Guarda, decorrem no domingo, dia 26 de novembro. Urgências da unidade hospitalar têm sofrido diversos constrangimentos nos últimos meses.

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Com o País mergulhado numa crise política e negociações incertas entre médicos e tutela, o Movimento a Saúde Não se Aguarda decidiu agir e desafiar a população da Guarda a sair à rua e indignar-se com a falta de médicos no serviço de Urgências do maior hospital do distrito.

O protesto acontece no domingo, dia 26 de novembro, com uma marcha lenta e a criação de um cordão humano que vai ligar o hospital à câmara da Guarda para contestar “a degradação” dos cuidados de saúde na região, explica à SIC Sílvia Massano, que integra o movimento.

Contam-se 50 dias desde que os primeiros médicos se recusaram a fazer mais horas extra além das 150 definidas por lei. Primeiro da Medicina Interna, com reflexos na Via Verde AVC, que ainda este fim de semana fechou. Seguiu-se a Cirurgia Geral e a Anestesia.

Com a falta de médicos escalados, os doentes têm sido transferidos para os hospitais de Viseu, da Covilhã e de Coimbra, mas muitos já nem sequer arriscam ir ao hospital da Guarda. Ao fim de semana, o silêncio toma conta da unidade de saúde que serve mais 140 mil pessoas, num cenário que “é deprimente”, lamenta Sílvia Massano.

“É um silêncio que nos faz correr um frio na espinha. É muito preocupante e temos de tentar perceber onde estão as pessoas que deveriam ter recorrido a esta Urgência, saber o que é feito delas”, defende a porta-voz.

É por tudo isto que o movimento cívico lança um apelo a todos os utentes para que participem no protesto marcado para o próximo domingo, às 15:00, com concentração junto à câmara municipal.