O CDS-PP apelou, esta quarta-feira, ao Presidente da República para “travar o Governo na utilização abusiva de recursos públicos”. Os democratas-cristãos acusam o Governo de transformar o Orçamento numa “mera ferramenta política para fins puramente eleitorais”.
Para o partido liderado por Nuno Melo, “bastaram duas semanas para se confirmarem os piores cenários. De uma assentada, o Governo demissionário e o PS” aprovaram diversas medidas, como o fim do Imposto Único de Circulação (IUC) nos veículos com matrícula anterior a julho de 2007, que “Fernando Medina considerava absolutamente essencial por razões ambientais”, bem como “a atualização das carreiras na função pública, com um aumento salarial adicional”.
Além disso, lê-se no comunicado enviado às redações, o Partido Socialista aprovou “polemicamente, para o CDS-PP, um aumento de 52 euros, ou 3%, em 2024 dos salários na função pública”.
O CDS-PP reforça, assim, o apelo à realização de eleições legislativas “com carácter de urgência”, para que “o futuro Governo, potencialmente de centro-direita, não ficasse vinculado a um Orçamento do Estado que traduziria as ações do PS, existindo alternativa” e para que “o Partido Socialista pudesse transformar o Orçamento do Estado (…) num documento planetário e eleitoralista, fazendo campanha eleitoral à custa dos recursos públicos”.
"Aquilo a que Portugal está a assistir é a uma perigosa distorção das normais regras democráticas, que o CDS-PP denuncia e contesta. Nessa medida, apela também ao Presidente da República para que intervenha, reconduzindo a ação do Governo aos limites que se esperam, de um executivo em meras funções de gestão", conclui.