A PSP deteve hoje 23 ativistas pelo clima durante dois protestos realizados em Lisboa, 19 dos quais no Ministério das Infraestruturas, informou esta polícia, quando tentavam ocupar as instalações deste Ministério, numa ação pelo fim do fóssil e pela eletricidade 100% renovável e acessível até 2025.
Fonte da Polícia de Segurança Pública disse à agência Lusa que os 19 ativistas foram detidos por se terem introduzido num lugar vedado ao público, dentro do Ministério das Infraestruturas.
Segundo a PSP, os outros quatro ativistas foram detidos de manhã no Ministério do Ambiente, três dos quais por desobediência por não terem cumprido a ordem da polícia e um por resistência e coação por ter tentado tirar "a arma a um polícia".
Segundo adiantou à agência Lusa Matilde Alvim, dirigente do movimento Greve Climática Estudantil, as detenções dos ativistas junto ao Ministério das Infraestruturas foram efetuadas pela Unidade Especial de Polícia (UEP) da PSP, havendo a indicação, ainda por confirmar oficialmente, que os jovens serão levados para instalações policiais na Penha de França, em Lisboa.
Matilde Alvim referiu que o movimento vai realizar de pronto uma vigília no local para onde serão transportados os ativistas detidos.
As detenções, descritas pela dirigente do movimento, ocorreram depois de, durante a manhã, um grupo de estudantes no Ministério do Ambiente terem sido recebidos pela polícia de choque, que carregou e levou um estudante para o hospital, tendo havido ainda três detenções.
Segundo relataram os ativistas, a restante manifestação junto do Ministério do Ambiente foi para a esquadra do Bairro Alto apoiar os colegas detidas.
Quando iam dobrar a esquina, uma dezena de policias parou a manifestação, tendo sido detido mais um estudante.
Simultaneamente, e de acordo com as mesmas fontes, três estudantes menores de idade foram abordados pela policia, revistados e viram as suas malas apreendidas.
A assessora de imprensa do grupo parou para dizer que tal procedimento era ilegal, e foi algemada e levada para a esquadra.
A visita de estudo
Foram cerca de 50 jovens ativistas que se concentraram hoje cerca das 11:30 no Largo Camões, tendo desfilado pouco depois em direção ao Ministério do Ambiente, mas a marcha foi momentaneamente interrompida quando a polícia revistou três manifestantes aos quais apreendeu dois "engenhos pirotécnicos" e um saco com tintas.
O desfile prosseguiu com palavras de ordem contra a exploração de energia fóssil e, ao subirem a Rua do Século, já próximo ao Ministério Ambiente, os manifestantes conseguiram libertar fumos nas cores de vermelho, verde e negro de engenhos semelhantes aos apreendidos pela PSP.
Os manifestantes tentaram derrubar a barreira policial colocada junto ao Ministério do Ambiente, o que gerou alguns momentos de tensão e levou às três detenções.
Por volta das 12:00, um agente da PSP avisou o comando que se a situação se mantivesse "teria de usar outro tipo de força", tendo poucos minutos depois chegado um núcleo da Equipa de Prevenção e Reação Imediata (EPRI).
Em declarações na altura à agência Lusa, Beatriz Xavier, porta-voz do movimento fim ao fóssil, disse que são necessárias "ações disruptivas" para fazer mudar o sistema.
Os ativistas têm realizado manifestações e ações para reivindicar o fim ao fóssil até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, garantindo que este é o último inverno em que o gás fóssil é utilizado em Portugal.
Para o dia de hoje, os estudantes pretendiam "ocupar" o Ministério do Ambiente, numa ação a que chamaram "visita de estudo".
Um jovem ativista pelo clima ficou ferido na cabeça e três foram detidos pela PSP durante um protesto.
[Notícia atualizada às 18:55]