No Porto, o projeto Porta Solidária, da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, voltou a servir a ceia de Natal. Há cada vez mais pessoas a pedir ajuda para sobreviver. Esta noite foram servidas mais de 400 refeições.
Quando tudo falha e o dinheiro não chega para comer, a noite de Natal é apenas mais uma igual a tantas outras e aguarda-se na fila por um prato de comida quente.
A cada ano que passa, aumenta o número de pessoas a precisar de ajuda. Quando arrancou, em 2009, o projeto Porta Solidária servia 40 refeições por dia.
Agora, mais de 500. Chegam por lá cada vez mais imigrantes.
Há cada vez mais famílias portuguesas que, mesmo com dois ordenados, deixaram de conseguir pagar todas as despesas.
Em 2017, o Presidente da República aumentava a pressão sobre o Governo para dar prioridade às pessoas em situação de sem-abrigo. Marcelo Rebelo de Sousa afirmava publicamente que a estratégia do executivo socialista devia passar pela erradicação do problema até 2023.
Passaram seis anos. E ainda que os números de 2023 não sejam conhecidos, o que se sabe de 2022 é preocupante. No ano passado havia 10.770 pessoas em situação de sem-abrigo.