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IL alerta para "possibilidade de a Parpública" ter sido usada como "instrumento político"

O Iniciativa Liberal exige esclarecimentos ao PS e a Pedro Nuno Santos, que tutelava à data a concessão dos CTT. Diz que é uma situação grave a possibilidade da empresa ser utilizada para agradar a partidos políticos.

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O Chega e a Iniciativa Liberal (IL) agendaram para quarta e quinta-feira debates na Assembleia da República para obter esclarecimentos sobre a compra de ações dos CTT por parte da Parpública e o PSD exigiu conhecer o despacho das Finanças para a compra de ações dos CTT. Estes três partidos pediram explicações ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.

A Parpública, que gere as participações do Estado em negócios, comprou ações dos CTT por ordem do Governo. A compra aconteceu entre 2020 e 2021, quando estava a ser negociado o Orçamento do Estado e a ordem para a compra terá sido dada num despacho assinado pelo ministro das Finanças, João Leão.

“Esta possibilidade de a Parpública ser usada como instrumento político e determinar as suas ações para agradar a determinados partidos políticos ou promover determinadas soluções políticas é uma situação grave (…) Nós queremos uma clarificação política neste caso de Pedro Nuno Santos, e do Governo socialista, sobre se a Parpública foi ou não um instrumento político ao serviço de interesses políticos com prejuízo obviamente da sua independência”, afirmou o líder da IL.

Neste sentido, concluiu Rui Rocha, “temos um debate agendado para o dia 11 aqui no Parlamento e vai ser precisamente sobre o setor empresarial do Estado e teremos oportunidade, se não houver esclarecimentos antes, de confrontar o Governo com a questão da Parpública e a aquisição de ações dos CTT”.

Pedro Nuno Santos era, na altura, ministro das Infraestruturas e tinha a tutela das telecomunicações e os contratos feitos entre Governo e os CTT. De acordo com o Jornal Económico, numa tentativa de aproximação ao Bloco de Esquerda - que exigia a reprivatização dos correios - o Governo ter-se-á comprometido a adquirir as ações para ficar com uma posição na empresa.

Nessa altura, em 2021, o negócio não foi tornado público. E, como também, não foram atingidos os 2% de participação na empresa, não houve comunicação ao mercado.