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Mortalidade: "Cuidados de saúde estão inundados por pessoas não vacinadas"

Portugal está a atravessar um pico de mortalidade e muito se deve às infeções respiratórias, nomeadamente a gripe A. O comentador da SIC, Tiago Correia, esclarece que as pessoas de 60 e 70 anos já não se vacinam como antes.

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Portugal está a atravessar um pico de mortalidade como não havia registo há quase três anos, desde a pandemia. O número de mortes em Portugal está bastante acima do normal, mesmo para esta época do ano.

Segundo dados da DGS, desde o Natal, o país contou mais 635 óbitos do que é habitual e a tendência é para se manterem estes números.

“Ao contrário daquilo que foi dito e de uma certa desvalorização que foi feita pelo ministro da Saúde há uma semana, esta não é uma tendência apenas de um ou dois dias. Já é um dado consistente da última semana e é possível que a situação se mantenha nos próximos dias”, disse Tiago Correia, comentador SIC, e professor de saúde internacional.

No segundo dia do ano morreram 510 pessoas. O dia com mais mortes em Portugal em quase três anos, desde 8 de fevereiro de 2021, em plena pandemia de covid-19.

O novo máximo de mortalidade coincide com um pico de gripe e infeções respiratórias, que estão a pressionar as urgências hospitalares de Norte a Sul do país.

Nos cuidados intensivos multiplicam-se os casos de gripe A. A maioria dos doentes internados não estava vacinada.

“A gripe A não desapareceu e tanto que não desapareceu que se sabe que a estirpe que mais está a afetar a população portuguesa está incluída na vacinação contra a gripe”, afirma Tiago Correia.

O vírus da gripe voltou em força este inverno e para os especialistas não há dúvidas: a arma mais poderosa é a vacinação.

“O facto dos cuidados de saúde estarem inundados por pessoas que não estão vacinadas vai ao encontro do argumento de que, de facto, há uma hesitação vacinal maior, sobretudo, entre a faixa dos 60/70 anos. A vacinação é, de facto, a primeira, principal e mais democrática arma que se tem para proteger as pessoas”, explicou.

Dados que não parecem preocupar as autoridades de saúde que, até agora, atribuem o excesso de mortalidade às doenças da época aliadas às temperaturas baixas.