Os jornalistas do Grupo Global Media fazem greve de 24 horas esta quarta-feira e acusam os novos donos de destruírem a empresa. Estão hoje paradas as redações da rádio TSF, do Jornal de Notícias, Diário de Notícias e jornal "O Jogo". Os trabalhadores ainda não receberam o mês de dezembro e o subsídio de Natal e está previsto o despedimento de duzentas pessoas.
Esta crise num dos maiores grupos de comunicação social está a ser descrita como uma ameaça à própria democracia.
Esta quarta-feira não há notícias no Jornal de Notícias, no Diário de Notícias, no Jogo e na Rádio TSF. Os jornalistas estão em greve, dado que ainda não receberam os salários de dezembro e o subsídio de Natal. Há repórteres premiados sem dinheiro para pagar as contas.
Os jornalistas continuaram a trabalhar, mesmo depois da administração os informar que não sabia quando iria pagar os salários em atraso.
Fizeram-no em nome da defesa do jornalismo, livre e é por esse motivo que param, esta quarta-feira, por 24 horas.
Não há notícias no Diário de Notícias, no Jornal de Notícias, no jornal O Jogo, nem na Rádio TSF.
"Não há as mínimas condições para fazer o nosso trabalho e a cada dia que passa sem recebermos. Recebemos as notícias da comissão executiva e é cada vez mais difícil fazermos o nosso trabalho quer a nível anímico, quer físico, é uma tortura quase", explicou Ana Luísa Magalhães de O Jogo
O Grupo Global Media, que inclui ainda o Jornal Açoriano Oriental e publicações como o Dinheiro Vivo e a Notícias Magazine, foi comprado por um fundo sediado nas Baamas, que ninguém sabe quem o detém.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) abriu um processo de investigação. No Parlamento têm estado a decorrer audições e, esta quarta-feira, a Assembleia foi um ponto de encontro no protesto.
Os trabalhadores enfrentam também um anúncio de despedimento coletivo.
Apesar disso, e de anunciarem dificuldades, os donos da Global Media gastaram dinheiro em novas contratações.
Segundo o Correio da Manhã, representam um aumento de custos em mais de dois milhões de euros.
A maioria das pessoas contratadas são assessores e consultores.
Os trabalhadores continuam os protestos durante todo o dia.