Luís Montenegro considera que o Estado deve intervir na situação do Grupo Global Media. Esta quarta-feira, nos Açores, o presidente do PSD lembra ainda que qualquer órgão de comunicação social presta serviço público.
"Compete ao Governo dar condições para o exercício da atividade de comunicação social, em particular da informação, que possam dar sustentabilidade ao setor e, ao mesmo tempo, ter um quadro regulatório que não coloque nunca em causa a independência do jornalismo, a liberdade de informar e o direito de ser informado", defendeu o líder social democrata.
Segundo Montenegro, "há uma coisa que o Estado pode e deve fazer, é salvaguardar que a liberdade de imprensa está assegurada e que os direitos laborais dos trabalhadores também estão salvaguardados".
"Há um serviço público de informação que não está circunscrito aos órgãos que são propriedade do Estado. Qualquer órgão de comunicação social presta serviço público e, nessa condição, o Estado deve criar tudo aquilo que são instrumentos para a administração e a gestão dos respetivos órgãos possam fazer o seu trabalho", acrescentou.
A crise na Global Media
Em 6 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva da Global Media, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".
Em 28 de dezembro, a administração informou os trabalhadores de que não tinha condições para pagar os salários referentes a dezembro, sublinhando que a situação financeira é "extremamente grave".
A Comissão Executiva não se comprometeu com qualquer data para pagar os salários de dezembro, mas sublinhou que estava a fazer "todos os esforços" para que o atraso seja o menor possível.
Entretanto, o grupo pagou na quinta-feira o subsídio de refeição referente ao mês passado e os salários aos trabalhadores nos Açores.