A Aliança Democrática reuniu-se esta sexta-feira com a Ordem dos Enfermeiros. No final da conversa, Luís Montenegro falou sobre os “problemas estruturais” do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e disse que é urgente perceber as razões de “estarem a morrer tanta gente em Portugal”.
Num mês, faleceram mais 2.800 do que o normal, com o país a atingir os níveis de excesso de mortalidade mais altos da Europa. De acordo com dados do Instituto Ricardo Jorge, publicados esta quinta-feira pelo jornal Expresso, entre 18 de dezembro e 14 de janeiro foi registado um excesso de 28%.
“Neste momento, Portugal vive talvez o pior período de que temos memória no sistema de saúde como um todo. Sem demagogias, o país precisa de perceber porque está a morrer tanta gente em Portugal. O que está na causa de uma taxa de mortalidade que só encontra paralelo no período mais grave da pandemia? (...) Não podemos banalizar tantas mortes em Portugal", afirmou o presidente do PSD.
O problema é complexo, estrutural, envolve “falta de organização e capacidade e gestão”, somadas aos “problemas circunstâncias, como o pico da gripe e o número de episódios nas urgências”, considera Montenegro.
Para resolver as questões, o presidente do PSD não adiantou nenhuma medida em concreto, mas frisou que é necessário, de forma gradual, “melhorar o estatuto remuneratório dos profissionais” e “tornar a profissão mais atrativa”, tanto a dos médicos, como a dos enfermeiros.
“TAP é um constante episódio de ligeireza”
Questionado se ficou convencido com as explicações de Pedro Nuno Santos em relação aos contratos da ex-CEO Christine Ourmières-Widener, o líder do PSD disse que “não foram dadas explicações”.
“A cada dia se conhece mais da forma ligeira e informal como muitas vezes se exerceram funções governativas em Portugal. Se o secretário-geral do PS teve este comportamento como ministro, não me parece que dê confiança aos portugueses para ser primeiro-ministro. A TAP é um constante episódio de ligeireza, até leviandade”, atirou Montenegro.
O secretário-geral do PS alegou que não tem a certeza se a acumulação de funções da ex-CEO com outras empresas foi ilegal.
Ausência de Passos? “Não preocupa os portugueses”
Luís Montenegro não deu explicações sobre a ausência de Passos Coelho no próximo evento da Aliança Democrática, no domingo, referindo que “esta é uma matéria que não preocupa os portugueses”.
“Francamente, estou preocupado com a saúde dos portugueses, com as questões fundamentais que são suscitadas pela incapacidade que os poderes públicos muitas vezes tem de responder às necessidades dos cidadãos”.