No espaço de um mês, morreram em Portugal mais 2 mil e 800 pessoas do que seria esperado, em causa estará o vírus da gripe e a sobrelotação das urgências dos hospitais.
De acordo com dados do Instituto Ricardo Jorge, publicados esta quinta-feira pelo jornal Expresso, entre 18 de dezembro e 14 de janeiro foi registado um excesso de mortalidade de 28%.
Segundo o site europeu de vigilância da mortalidade (EuroMomo), tanto na última semana de dezembro como nas duas primeiras de janeiro, Portugal foi o país da União Europeia que registou níveis mais elevados de mortalidade.
A Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANSMP) considera que a sobrelotação das urgências pode ter comprometido a assistência eficaz às pessoas e contribuído para os níveis elevados de mortalidade.
"Como tínhamos equipas reduzidas e serviços limitados não foi possível chegar a toda a gente a tempo e horas", garantiu Gustavo Tato Borges, Presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública.
"Por muito que os profissionais de saúde tenham trabalhado a dificuldade de acesso pode ter condicionado alguma parte desta mortalidade", acrescentou.
Segundo o Presidente da ANSMP, Portugal poderá já ter ultrapassado o pico da gripe, sendo que "a principal diferença entre Portugal e os outros países, é que nós fomos atingidos pela vaga da gripe mais cedo. Os outros países ainda estão neste momento na fase crescente da incidência".