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Entrevista SIC Notícias

Nuno Melo insiste que "CDS não é boia de salvação" mas "um ativo"

Nuno Melo diz que a Aliança Democrática é "um projeto que transcende o PSD e o CDS" e “a única alternativa possível aos governos socialistas". Sobre o Chega, Nuno Melo é taxativo: "Não me interessa falar desse partido".

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Em entrevista à SIC Notícias, Nuno Melo esclareceu que rejeita viabilizar um Governo de esquerda, recusou falar sobre o Chega e garantiu que “o CDS não é uma boia de salvação”, mas “um ativo” da Aliança Democrática, a “única alternativa possível” para o país.

O presidente do CDS começou por clarificar o que disse no fim de semana, sobre “quem vence deve governar”, frase que suscitou dúvidas sobre o posicionamento da AD em caso de vitória do Partido Socialista, com maioria de direita, nas legislativas de 10 de março.

“O que disse foi: em condições normais, quem vence deve governar. Se Montenegro tiver mais um voto que seja, deve governar. Quem vence deve governar. O que eu não tive a cautela de dizer, e hoje percebi que devia ter tido essa cautela, é que a normalidade acabou em 2015. A partir do momento que Pedro Nuno Santos diz que não viabilizará nenhum Governo à sua direita e anuncia que está disponível para a tal “Geringonça 2.0”, eventualmente com o Bloco de Esquerda dentro do Governo, as condições de normalidade acabaram”.

“Não me interessa nada falar desse partido”

Questionado sobre como vai convencer os eleitores do CDS a não fugirem para o Chega, Nuno Melo recusou falar sobre o partido de Ventura e disse que o objetivo é “reconquistar” todos que saíram.

“Não me interessa nada falar desse partido [Chega]. Tenho todo o respeito pelos eleitores e a nossa obrigação é reconquistar as pessoas que sairão do CDS para qualquer outro partido. (...) Compreender aquilo que foram as suas razões. Acho que nesses dois anos fiz por compreender muitos erros, fiz unir o partido, mostrar ao país quadros extraordinários que fazem falta na democracia portuguesa”.

Nuno Melo disse que a Aliança Democrática “é a única alternativa possível ao país” e que o projeto “transcende o PSD e o CDS”.

“Tenho a certeza que há muitos eleitores do CDS que não votaram no CDS em janeiro de 2022 que vão votar na AD. É um projeto que transcende o PSD e o CDS, é a única alternativa possível na tal bipolarização (…) Há ideias que são boas, quadros notáveis", disse Nuno Melo, garantindo que o CDS “não é uma boia de salvação”, mas sim “um ativo, um valor”.

Em caso de vitória da Aliança Democrática a 10 de março, Nuno Melo não confirma se será ministro. “Se a AD ganhar, o CDS estará no Governo”, limita-se a dizer o líder do partido.

Promessas Eleitorais da AD

Salários e impostos:
Descida do IRS para todos os escalões (exceto último)
Descida do IRC em 2 pontos até 15%
Vouchers para consultas e cirgurgias

Saúde:
Diminuir prazos para marcação de consultas
Redefinir rede de urgências
Vouchers para consultas e cirurgias

Idosos:
Aumento do CSI para 820 euros na primeira legislatura
CSI igual ao SMN na segunda legislatura
Apoio a 100% em medicamentos para mais pobres

Jovens:
Descida IRS para 15% até 35 anos
Isenção de IMT na compra da primeira habitação
Crédito a 100% para compra da primeira habitação

Educação:
Recuperação do tempo de serviço
Melhorar acesso para estudantes estrangeiros
Acesso a creches e pré-escolar gratuitos até aos 6 anos

No último domingo, a Aliança Democrática juntou nomes como Paulo Portas, Carlos Moedas, Leonor Beleza ou Cecília Meireles na "Convenção por Portugal", evento em que Luís Montenegro e Nuno Melo avançaram com propostas concretas.

A AD foi apresentada numa iniciativa pública no Porto, em 7 de janeiro, e na segunda-feira passada PSD e CDS-PP aprovaram as suas listas de candidatos a deputados com vista às legislativas antecipadas de 10 de março.