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Análise

Pedro Calado “é o Vítor Escária de Miguel Albuquerque”

Ricardo Costa, Sebastião Bugalho e José Gomes Ferreira analisam a investigação na Madeira que levou à detenção de três pessoas, uma das quais o presidente da Câmara do Funchal.

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Pedro Calado, presidente da Câmara do Funchal, foi detido esta quarta-feira na sequência de uma investigação a suspeitas de corrupção relacionadas com obras públicas na Madeira.

O autarca, considerado o nº2 de Miguel Albuquerque, é comparado por Sebastião Bugalho a Vítor Escária, num paralelismo com a Operação Influencer. Recorde-se que Escária, então chefe de gabinete e apelidado de “melhor amigo” de António Costa, foi detido no âmbito da investigação que levou à queda do Governo.

“Pedro Calado foi escolhido, é o Delfim de Miguel Albuquerque, é o Vítor Escária de Miguel Albuquerque. O paralelismo correto é esse”, disse.

Sobre as consequências que este processo pode ter na campanha eleitoral para as legislativas, Ricardo Costa afirma que os partidos ficam agora de “mãos livres” para dizer que “o PSD é igual ao PS”, até porque, sublinha, nada vai ficar esclarecido até 10 de março.

“Isto é linha e bingo para André Ventura, para quem faz campanha dizendo que PS e PSD são iguais. Ter eleições nacionais convocadas na sequência de um Governo que cai por causa de um processo judicial e temos agora um Governo acabado de ser eleito na Madeira em circunstâncias muito parecidas.”

Ricardo Costa considera que a situação “cria um embaraço gigante” ao PSD e alerta que as “pedras que foram atiradas” em novembro, na sequência da Operação Influencer, “podem fazer ricochete”.

José Gomes Ferreira acrescenta que o calendário político e eleitoral fica influenciado por esta situação e que esta investigação mostra que “a justiça não olha a partidos políticos”.

“A realidade é que o presidente de uma Câmara escolhido pelo Presidente de um Governo regional foi detido, foram feitas buscas em casa, e que pelos vistos vai ser arguido e que a sua imunidade vai ser levantada. Se isto não conta para nada politicamente, então vivemos na república das bananas”, conclui Sebastião Bugalho.