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PAN tem "esquizofrenia": diz que Albuquerque é "satanás moral", mas está disponível para "continuidade do PSD"

Sebastião Bugalho acusa o PAN de "esquizofrenia política" e sugere que se decida em relação ao Governo da Madeira. Já Paulo Baldaia diz que as buscas na Madeira que envolvem Miguel Albuquerque são um caso muito complexo.

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Sebastião Bugalho, comentador da SIC, diz que causa "alguma inquietação" que Miguel Albuquerque continue no poder, mesmo que seja suspeito de crimes, e acusa o PAN de "esquizofrenia política". Já Paulo Baldaia refere que o representante da República na Madeira tem pouca capacidade de análise para gerir um caso tão complexo.

"Albuquerque vai demitir-se, mas está a continuar no poder. Isso é o paradoxo esta situação. Vai continuar a influenciar um Orçamento do Estado. Alguém que é suspeito deste tipo de crimes não deixa de causar alguma inquietação", afirma.

Sebastião Bugalho entende que parece que alguém quer que o "processo se prolongue" , deixando Miguel Albuquerque em "banho-maria", para evitar que o Presidente da República "dissolva o Governo".

Já Paulo Baldaia, comentador da SIC, sublinha que o PAN tem uma "grande vantagem": "Vai mudando de posição conforme as coisas vão acontecendo".

No entanto, Sebastião Bugalho considera que o PAN tem de se decidir, acusando o partido de "esquizofrenia política".

"Não podemos estar ao mesmo tempo a bater no peito pela moralização da política e a dizer que Albuquerque é uma espécie de satanás moral e depois dizer que estamos disponíveis para a continuidade do PSD que, no mundo, é o condomínio do satanás moral", destaca.

O mesmo comentador da SIC sublinha que ao contrário de António Costa, que deixou a "corrida interna no PS acontecer", Miguel Albuquerque está a deixar os sucessores ao "escrutínio" do representante da República. Aliás, diz, está a "ficar no poder para negociar o Orçamento para um ano em que já não será o executor".

Na mesma linha, Baldaia considera que a capacidade de análise política do representante da República na Madeira "não é suficiente" para gerir um caso com esta "gravidade e complexidade".

SCUT

Sobre as SCUT e a troca de acusações entre os líderes do PS e do PSD, Paulo Baldaia considera que o debate entre os dois partidos "favorece o Chega".

"O Chega começou a querer dar tudo a todos. O PS e o PSD estão a fazer a mesma coisa um ao outro", refere, acrescentando que, dessa forma, deixa de haver motivo para as pessoas não votarem no partido de André Ventura.

O secretário-geral do PS lamentou, esta segunda-feira, a posição de insensibilidade do PSD perante as críticas à proposta apresentada pelos socialistas de eliminação de portagens no interior do país.

Ainda sobre as SCUT, Paulo Baldaia diz ainda que não faz sentido "oferecer a portagem a toda a gente".

"Um milionário passa a utilizar as autoestradas grátis pagas por um trabalhador que ganha 1000 euros em Lisboa. Não me parece que fala sentido e não me parece uma medida socialista", aponta.

Ainda na SIC Notícias, Sebastião Bugalho diz que o secretário-geral do Partido Socialista "exagera um pouco" no modo como testa a "benevolência com que é olhado". Diz ainda que gostou da intervenção do presidente do PSD, que lhe pareceu "sereno", no entanto, peca por continuar a "falar como um líder parlamentar e não como um candidato a primeiro-ministro".