Alberto João Jardim defende eleições antecipadas na Madeira e diz que o PSD não pode ter medo do voto popular. Em entrevista à RTP, o ex-presidente do Governo Regional da Madeira diz que não acredita nas acusações feitas aos arguidos das buscas no arquipélago e garante que não tem receio de ser investigado. Acusa ainda o CDS de "brincar aos partidos" e considera que a posição dos centristas, parceiros de coligação, foi incorreta e irresponsável. Para o comentador da SIC Nuno Ramos de Almeida, "o problema político mais grave é que os casos que são apontados e que são investigados vêm desde Alberto João Jardim".
O ex-presidente do Governo Regional da Madeira diz que a exigência da demissão imediata de Miguel Albuquerque foi um “beijo de judas” e o fim definitivo de uma coligação com o CDS e PSD na Madeira. Nuno Ramos de Almeida considera que “o CDS não entendeu da mesma maneira”.
“Aquilo que me parece é que o CDS tem alguma esperança que fosse possível construir um novo governo daquela maioria e não ir a eleições e que isso é só possível demitindo Miguel Albuquerque sendo discutido o novo programa de governo e depois um orçamento. Não é o entendimento que faz Alberto João Jardim que acha que foi fechado um ciclo, é necessário ir eleições e que tem que haver um orçamento”, refere.
PSD aceita que há um problema?
Na análise à investigação na Madeira, esta terça-feira, o comentador da SIC e editor-chefe do Diário de Notícias sublinha que “o problema político mais grave é que os casos que são apontados e que são investigados vêm desde Alberto João Jardim, é a extensão do problema. Quem são os elementos do PSD que não estão envolvidos no problema e se o PSD aceita que há um problema”.
Quanto a esta última questão, Nuno Ramos de Almeida entende "que vai depender da audição das das suas relatórios dos interrogatórios, perceber qual é a dimensão da prova, qual é a promiscuidade existente ao longo desses anos, se ela é ilegal. Fala-se em 260 milhões, mas é um problema que, no meu ponto de vista, advém não só da proximidade entre os decisores políticos e os económicos, mas também de um poder que é quase absoluto. O PSD governa desde o início da da democracia o arquipélago”.
“Sucessão de casos, casinhos e promiscuidades”
Para o comentador da SIC esta situação tem impacto no PSD nacional e em toda a política nacional. “Ficamos com a sensação que o grande problema do país são esta sucessão de casos, casinhos e promiscuidades”, o que pode beneficiar partidos como o Chega, mas “tudo fica mal e a questão aqui é, como fazer uma política que tenha garantias democráticas, tenha garantias igualitárias, transparência em que estes casos não existam”.
"São partidos combustível, eventualmente, como chega, mas fica mal todo tudo fica mal EEA questão aqui é, como é que fazer uma política que tenha garantias democráticas tenha garantias igualitárias, transparência em que estes casos não existam, em que exista uma maior fiscalização democrática de tudo o que se faz", conclui o editor-chefe do DN.