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Açores: os cenários possíveis pós-eleições

O resultado das eleições legislativas açorianas deixou o PS numa encruzilhada. Ou viabiliza um Governo liderado por José Manuel Bolieiro, ou chumbando esse Governo, corre o risco de ver o Chega no poder.

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O PS tem a "batata quente nas mãos" e está dividido sobre o que fazer nos Açores, após os resultados das eleições legislativas. Pedro Nuno Santos garante que não viabiliza um Governo minoritário e que o Chega não é um problema dos socialistas. Mas há personalidades do PS a dizer exatamente o contrário.

O resultado das eleições açorianas deixou o Partido Socialista numa encruzilhada. Ou viabiliza um Governo liderado por José Manuel Bolieiro, ou chumbando esse Governo, corre o risco de ver o Chega no poder.

Numa declaração à SIC, Francisco Assis, que será cabeça de lista pelo Porto nas próximas legislativas, foi claro: "O PS tem a obrigação de viabilizar pela abstenção o Governo da AD". Apenas acrescenta que a autonomia do partido no arquipélago deve ser salvaguardada.

Outra figura próxima de Pedro Nuno Santos já veio também defender que os socialistas devem viabilizar um novo Executivo de direita. Para Pedro Delgado Alves, é isso o que impõe a defesa da estabilidade nos Açores.

"Acho que é um dever de todas as forças políticas não contribuir para a instabilidade. Portanto, da parte do Partido Socialista, tudo o que puder fazer para que não haja instabilidade, fará", refere Pedro Delgado Alves.

Preocupada com a possibilidade de ver o Chega no Governo dos Açores, Ana Gomes diz que os socialistas têm de fazer o que é preciso para evitar que esse cenário se concretize.

Cenários pós-eleições

Sobre os cenários pós-eleitorais, Pedro Nuno Santos garante que o partido está coeso e repete que o Chega não é um problema dos socialistas.

"O Partido Socialista é um partido que tem a capacidade de ser um coeso e unido. Isso não quer dizer que pensemos todos da mesma maneira. Também é verdade, se forem acompanhando todas as minhas declarações, a minha posição foi sempre muito clara: não se pode colocar ao Partido Socialista a responsabilidade sobre o chega", diz Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS.

Para aumentar a pressão sobre os socializas, José Manuel Bolieiro já disse que está pronto para governar com uma maioria relativa. O PS terá de decidir se se junta a uma maioria negativa para impedir a formação desse Governo.

A SIC apurou que, neste momento, haverá uma inclinação maioritária do Partido Socialista para chumbar o programa do Governo de José Manuel Bolieiro.

O PS/Açores elegeu 23 deputados, enquanto a coligação PSD/CDS-PP/PPM elegeu 26 parlamentares da Assembleia Legislativa.

A coligação PSD/CDS-PP/PPM elegeu 26 dos 57 deputados, ficando a três da maioria absoluta, enquanto o PS obteve 23 mandatos.

O Chega conseguiu eleger cinco deputados, e o Bloco de Esquerda, a Iniciativa Liberal e o PAN elegeram um deputado cada.

Em cima da mesa há vários cenários possíveis para uma solução governativa. A coligação vencedora pode unir-se ao Chega ou, em alternativa, governar com maioria relativa.

Do outro lado, o PS pode viabilizar o Governo minoritário da coligação PSD/CDS-PP/PP ou, em alternativa, e como indicou na noite de domingo Luís Montenegro, pode virar-se para o Chega.