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"Polícias não podem, obviamente, pôr em causa a democracia"

O presidente do Sindicato Nacional da Polícia lançou a hipótese de um boicote às eleições legislativas. Paulo Baldaia, comentador SIC, diz compreender as reivindicações, mas afirma que os polícias “existem para fazer cumprir a lei e têm de ser os primeiros a cumpri-la”.

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O protesto dos polícias subiu de tom este fim de semana, com a ameaça de um possível boicote às eleições legislativas. "Temo que se calhar o Senhor primeiro-ministro não vai ficar em funções só até ao dia 10 de março. (...) Quem transporta os boletins e urnas de voto são as forças de segurança", disse, em declarações à SIC Notícias, o presidente do Sindicato Nacional da Polícia.

Paulo Baldaia, comentador SIC, diz compreender as reivindicações, mas afirma que os polícias “existem para fazer cumprir a lei têm de ser os primeiros a cumpri-la”.

"Sendo justa sendo justas as reivindicações dos polícias, eles têm que estar de acordo com com a lei. Obviamente que se a polícia falta, como vimos acontecer em Famalicão, não está presente quando há violência entre adeptos porque resolve reivindicar fazendo este boicote aos jogos de futebol, significa que a população não pode ficar agradada. A polícia existe em primeiro lugar para fazer cumprir a lei e defender a população".

O jogo entre Sporting e Famalicão foi cancelado depois do seu início ter sido adiado por uma hora, para as 19:00, devido à falta de policiamento. Para além dos jogos de futebol, também as eleições no dia 10 de março podem estar em risco, apesar de Armando Ferreira ter, depois, rejeitado a ideia, alegando ter sido mal interpretado.

Paulo Baldaia considera que “os partidos estão unidos" em relação ao tema, elogiando as declarações de Luís Montenegro.

“Os polícias têm que perceber se que alguém que tem como profissão fazer cumprir a lei não pode desrespeitar, muito menos fazendo uma espécie de golpe de Estado, ameaçando com um boicote às eleições, porque não fariam o transporte dos boletins de voto e das urnas. Isso é completamente inadmissível, não pode acontecer. Os polícias não podem, obviamente, pôr em causa a própria democracia".