As forças de segurança estão esta segunda-feira em protesto, na Praça do Comércio, em Lisboa, em frente ao Ministério da Administração Interna, por melhores condições salariais, exigindo um subsídio idêntico ao atribuído pelo Polícia Judiciária. A concentração acontece no mesmo dia em que Pedro Nuno Santos, do PS, e Luís Montenegro, do PSD, se sentam frente a frente, no Capitólio, a menos de três semanas das eleições legislativas.
De acordo com Paula Castanho, jornalista da SIC no local, por volta das 18:00, eram já centenas os polícias reunidos na Baixa de Lisboa. Pouco depois, a organização anunciou que estavam no local cerca de 3 mil elementos da PSP e GNR, mas o número deverá subir nas próximas horas.
Muitos dos manifestantes vestem camisola preta. É possível ver também algumas bandeiras de Portugal e dois grandes cartazes onde se lê: "Polícia Unida".
Bruno Pereira, da Plataforma dos Sindicatos e Associações da PSP e GNR, explica à SIC que a segurança "nunca foi tema de discussão" nem prioridade para o Governo, mas os polícias querem inverter essa tendência, depois de "semanas a fio de protesto e luta incansável".
"Esperamos que, além de discussão alargada, haja renovação dos votos já assumidos em relação à prioridade máxima que o Governo dará à resolução", refere o responsável.
Bruno Pereira assinala que tanto Pedro Nuno Santos como Luís Montenegro assumiram que iriam "responder e resolver" os problemas das forças de segurança, compreendendo as reivindicações.
"O anterior Governo ainda não explicou nem lamentou. Criou desalento, tristeza e exaustão", reforça.
Para a organização, o ministro da Administração Interna "ainda vai a tempo de explicar" a razão para a força política "não ter tomado uma decisão".
À SIC Notícias, Bruno Pereira alerta que o Governo deve refletir sobre os jovens já não procurarem o setor, o que é "altamente perigoso" e um "princípio sem retorno".
"É preciso uma formação prolongada, técnica e profunda", destaca.
Os elementos da PSP e da GNR estão em protesto há mais de um mês para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à PJ.
A concentração desta segunda-feira acontece depois de a plataforma ter organizado manifestações em Lisboa e no Porto, que juntaram milhares de elementos das forças de segurança e que foram consideradas as maiores de sempre, e vigílias nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Ponta Delgada e Funchal, além do porto marítimo de Lisboa.