A autarca do PAN, Margarida Magalhães, abandona o partido "em rota de colisão com Inês Sousa Real", após a dirigente partidária ter afastado "ilegalmente" o cabeça de lista do PAN/Madeira.
Num comunicado enviado às redações, e assinado pela própria Margarida Magalhães, a autarca acusa Inês Sousa Real de demonstrar "postura de profundo desrespeito estatutário e institucional" e dá o exemplo do "golpe de agosto", quando a líder do partido "anunciou na comunicação social" a suspensão e o afastamento - que apelida de ilegal - do cabeça de lista pelo PAN/Madeira.
Margarida Magalhães justifica também a sua decisão com a mais recente visita de Inês Sousa Real à ilha da Madeira:
"Enquanto membro da Comissão Política Regional da Madeira não fui informada e enquanto autarca também nada soube dessa deslocação".
"Perseguição e purgas afastam as pessoas"
Acusa a estrutura do partido de "não perceber que há muita gente insatisfeita". "Perseguição e purgas afastam as pessoas", refere.
A autarca defende que o PAN "era um partido que agregava, absorvia e acolhia quem discordava e que era esta atitude conciliadora de abertura às diferentes perspetivas das causas que lhe deu importância e relevo".
No entanto, agora, com Inês Sousa Real, os militantes "deixaram de ser importantes" e aqueles que discordam com as políticas do partido "passaram a ser afastados muito ao estilo estalinista ou putinista".
Inês Sousa Real "assumiu o controlo de opinião"
Garante que Inês Sousa Real "assumiu o controlo de opinião" do PAN e que se prepara para rejeitar os novos estatutos do partido de forma a prosseguir com as "purgas políticas".
"Por tudo isto a autarca de Santa Maria Maior segue o exemplo de outros autarcas no Funchal e noutras autarquias do país, afastando-se do partido e passando a independente", remata a autarca.