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BE: investimentos de Álvaro Sobrinho "estão a ter um lastro de consequências e despedimentos"

Cerca de 125 trabalhadores, impedidos de entrar nas instalações desde 24 de abril, estiveram esta quinta-feira concentrados junto à Printer Portuguesa. A empresa, que pertence a Álvaro Sobrinho, atravessa graves problemas económicos com o arresto de contas ordenado pelo Tribunal.

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Os trabalhadores da Printer Portuguesa estão sem salário e impedidos de entrar na empresa. As contas da empresa foram arrestadas pela Justiça por causa do processo contra o acionista Álvaro Sobrinho, antigo presidente do Banco Espírito Santo em Angola (BESA).

Cerca de 125 trabalhadores, impedidos de entrar nas instalações desde 24 de abril, estiveram esta quinta-feira concentrados junto à Printer Portuguesa, uma gráfica de grandes dimensões em Rio de Mouro.

A empresa começou por comunicar a dispensa como "dias de descanso", mas rapidamente os colaboradores perceberam que a gráfica estava a atravessar graves problemas económicos com o arresto de contas ordenado pelo Tribunal.

Em causa está o processo judicial que envolve o acionista da empresa, Álvaro Sobrinho, ex-presidente do Banco Espírito Santo Angola.

O empresário luso-angolano está acusado da prática de 23 crimes, tais como burla agravada, abuso de confiança ou branqueamento de capitais.

"Esta empresa pertence a Álvaro Sobrinho. Foi o presidente do BESA, acusado de crimes acusados e que fez parte de uma onda de investimentos que foram trazidos para Portugal em 2012, 2013, 2014, que estão a ter um lastro de consequências e despedimentos para Portugal", afirmou Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, que esteve presente na concentração.

Fornecedores terão rompido com os contratos.

Aos trabalhadores foi dito que não há condições para retomar o trabalho por ter sido cortada a energia. Também não há materiais para trabalhar porque - diz a administração - os fornecedores romperam com os contratos.

Aos jornalistas, a administração da Printer diz que não há intenção de abrir insolvência... e garante estar a fazer de tudo para resolver a situação. Aguarda, no entanto, que o tribunal decrete o fim do arresto das contas da empresa.

Até que o tribunal decrete o fim do arresto das contas da empresa, os trabalhadores, muitos deles do mesmo agregado familiar, vão continuar sem rendimentos e sem possibilidade de recorrerem a apoios