O Presidente da Assembleia da República (PAR) está a ser criticado por vários partidos por ter admitido que os deputados possam usar discurso ofensivo em relação a raças ou etnias.
O momento gerou indignação das bancadas à Esquerda e o líder do PS diz-se muito preocupado com o que aconteceu.
“Assistimos na casa da Democracia a um discurso xenófobo. O que se espera do Sr. Presidente da Assembleia da República é que assegure o respeito pelo outro.”
Aguiar-Branco interveio como PAR e não como deputado do PSD, mas Pedro Nuno Santos aproveitou para tentar colar os dois.
“O PSD convenceu-se que deixando o Chega usar do discurso xenófobo e racista que consegue anular o Chega. A este tipo de discurso temos que dar combate diário”, defendeu o secretário-geral socialista.
No Funchal, Marta Temido não falou sobre o assunto. Em Ponte de Lima, o cabeça-de-lista da AD, Sebastião Bugalho, também não estava com muita vontade, mas perante a insistência dos jornalistas optou por não se comprometer.
“O equilíbrio entre a liberdade de expressão dos deputados e o respeito das minorias é difícil. [O que teria feito se fosse PAR?] As pessoas que ouvirem essa pergunta lá em casa vão rir-se, que eu com 28 anos certamente que não vou ser segunda figura de Estado”, respondeu Sebastião Bugalho.
À Esquerda, ninguém poupa o comportamento de Aguiar-Branco. Este sábado, o PAN afirmou que “um erro não faz o mandato”, mas pediu que Aguiar-Branco refletisse sobre “palavras infelizes”.
O Governo diz que é o Parlamento que deve decidir como decorrem os debates.
A associação SOS Racismo diz que Aguiar-Branco não tem condições para continuar no cargo.