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Entrevista SIC Notícias

Acordo com professores: "É uma vitória numa batalha que fez algumas baixas"

Cristina Mota, representante da Missão Escola Pública, diz que é importante não esquecer os professores em topo de carreira, que não foram incluídos na negociação entre Governo e sindicatos.

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O Governo chegou a acordo com a maioria dos sindicatos dos professores para a recuperação integral do tempo de serviço. Quatro estruturas sindicais ficaram de fora, incluindo a Fenprof, o sindicato mais representativo. Apesar de não existir um consenso total, Cristina Mota considera que se trata de “uma vitória numa batalha, ainda que a luta tenha de continuar e tenhamos muitas batalhas pela frente”.

Em entrevista na SIC Notícias, a representante da Missão Escola Pública realça, contudo, que é “uma vitória numa batalha que fez alguns feridos, portanto, algumas baixas que têm de ser analisadas no futuro”.

Cristina Mota explica que este acordo foi recebido com “relativa esperança”, tendo em conta que foi desbloqueada a questão da recuperação integral do tempo de serviço, mas lembra “algumas baixas que têm de ser analisadas no futuro, nomeadamente os colegas que se encontram nos escalões superiores, no nono e no décimo escalão, que deverão ver também aqui alguma a compensação pelo tempo que também trabalharam e que agora não lhe vai trazer qualquer bonificação em termos de vencimento”.

De acordo com a representante da Missão Escola Pública, haverá alguma possibilidade de estes colegas virem a ser ressarcidos de algum valor no futuro, nomeadamente com “a criação de um escalão acima para terem o tempo contabilizado (…) Existe alguma esperança para encontrarmos resposta aos problemas que temos na escola pública, que não se vão resolver apenas e só com a recuperação do tempo de serviço”.

Para Cristina Mota é importante verificar que o Governo está “disposto a dialogar, o que já não acontecia há muito tempo e entendemos aí um ponto positivo”.

A docente lembra ainda outros assuntos relevantes que continuam pendentes:

“Temos a questão do próximo ano letivo, que já está à porta e que precisamos de medidas para termos de facto aqui uma diminuição da falta de professores (…) A valorização salarial também deverá ser vista, até porque eu chamo a atenção que esta recuperação do tempo de serviço não é um aumento salarial, de modo nenhum (…) É preciso cativarmos os jovens para esta profissão”.