País

Surfistas aprendem a salvar vidas no Algarve

Antes de rumar ao Algarve, a Surf & Rescue passou por Espinho, Torres Vedras, Sesimbra e Matosinhos. Só este ano já formou cerca de 180 surfistas e nadadores-salvadores.

Loading...

Dezenas de surfistas rumaram ao Algarve esta semana para aprender a salvar vidas. A ação juntou também nadadores-salvadores e pretende diminuir o número de mortes por afogamento nas praias portuguesas.

Como se de uma situação real se tratasse, os alunos puseram à prova os ensinamentos aprendidos em terra. Surfistas e nadadores-salvadores inverteram papéis durante sete horas com um único objetivo: poder salvar o maior número de pessoas do afogamento.

"Fizemos uma simulação de salvamento. A vítima estava dentro de água aflita e fui resgatá-la inconsciente com o auxilio da prancha de surf", começou por explicar Guilherme Pires, nadador salvador.

"Tudo isto são conteúdos da formação para capacitar este público a saber atuar e a saber pedir ajuda e saber também identificar as suas próprias limitações", acrescentou Afonso Teixeira, da Associação de escolas de surf de Portugal.

No mês em que se celebram o Dia Europeu do Mar e o Dia da Marinha, formadores e instrutores foram até Lagos para ensinar os surfistas a agir e também como reagir perante acidentes no mar.

"Temos a prancha e controlamos bem a prancha, mas depois há toda uma dinâmica e realmente isto é muito importante. A partir do momento em que comecei a ter noção disto e a aplicar estas técnicas já salvei algumas vidas", disse Miguel Ferreira, instrutor de surf.

"Durante a época balnear temos os nadadores salvadores sempre presentes nas praias e como os surfistas fora da época balnear continuam a praticar a sua modalidade ou por hobby ou a nível profissional é sempre importante que tenham essa proximidade com os náufragos e puderam fazer sem dúvida uma grande diferença", garantiu Nuno Campos, membro do Instituto de Socorro e Náufragos.

De acordo com a Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores, nos últimos 5 anos foram registadas 600 mortes nas águas portuguesas - a maioria, por afogamento. Números que estes professores e alunos esperam conseguir reverter.

"É importantíssimo que os nadadores salvadores conheçam técnicas que os surfistas usam para salvar pessoas e ainda mais importante é que os surfistas também conheçam as técnicas que os nadadores salvadores têm para salvar pessoas", afirmou João Guedes, também membro do Instituto de Socorro e Náufragos.

Antes de rumar ao Algarve, a Surf & Rescue passou por Espinho, Torres Vedras, Sesimbra e Matosinhos. Só este ano já formou cerca de 180 surfistas e nadadores-salvadores.