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Caso das gémeas: ministra da Saúde disponível para colaborar com a Justiça

Depois das buscas no Hospital de Santa Maria e no Ministério da Saúde, a ministra Ana Paula Martins diz que está disponível para colaborar com a Justiça.

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Foi durante mais de um ano, até tomar posse no Governo, presidente do Conselho de Administração no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), do qual faz parte o Hospital Santa Maria. O tratamento milionário das gémeas luso-brasileiras aconteceu em 2020, dois anos antes de Ana Paula Martins assumir o cargo no hospital.

"(…) sobre esta matéria farei aquilo que a Justiça me pedir que faça, aliás, estou obrigada a segredo de Justiça, por isso sobre essa matéria não vou fazer mais comentários", declarou, recusando dizer se foi contactada para prestar declarações.

Esta semana, a Polícia Judiciária fez buscas no Ministério da Saúde, no Hospital de Santa Maria, no Instituto de Segurança Social e na casa de António Lacerda Sales, em Leiria.

Sob investigação estão crimes de prevaricação, abuso de poder, tráfico de influência e burla qualificada. O secretário de Estado da Saúde na altura do tratamento, Lacerda Sales admitiu ter estado reunido com o filho de Marcelo Rebelo de Sousa e foi, esta semana, constituído arguido no processo.

Deveria ter sido ouvido esta quinta-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso, mas alegou motivos profissionais para pedir o adiamento da audição que foi remarcada para 17 de junho.

Entretanto, a mãe das gémeas diz estar disponível para falar presencialmente tanto na Assembleia, como na Polícia Judiciária, ainda que já tenha admitido uma cunha no acesso aos medicamento, o advogado da família diz que não houve ajudas ilícitas.

“Ela quer ter a oportunidade de poder falar e de transmitir aos órgãos oficiais, aos deputados e a toda a população os factos reais, a história narrada do ponto de vista dela, assim que seja convocada que ela o faça de forma presencial", adiantou à SIC o advogado Wilson Bicalho.

De acordo com o advogado, as duas crianças estão a reagir bem ao tratamento que custou quatro milhões de euros. Moram no Brasil. A casa em Portugal está em arrendada.