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Caso gémeas: "Foi Lacerda Sales o responsável por esta consulta ter sido conseguida da forma que foi"

Para Paulo Baldaia, Lacerda Sales "politicamente não ganha nada" por se ter recusado a responder às questões dos deputados, invocando o "segredo de justiça" e o estatuto de arguido. O comentador SIC fala também do jantar de líderes da União Europeia, que terminou sem acordo, e da "fragilidade na candidatura de António Costa" à presidência do Conselho Europeu.

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Lacerda Sales foi chamado ao Parlamento para responder a questões acerca do tratamento às gémeas luso-brasileiras. O ex-secretário de Estado da Saúde recusou-se a responder às questões dos deputados, invocando o "segredo de justiça" e o estatuto de arguido. Paulo Baldaia diz que Lacerda Sales "politicamente não ganha nada com isso".

"Aquilo que ele disse para o comum dos portugueses, é ele a (...) assumir a responsabilidade política daquilo que aconteceu querendo, ao mesmo tempo, não fazer declarações que depois o possam prejudicar criminalmente."

O comentador da SIC acrescenta que se o ex-secretário de Estado da Saúde não falou com o primeiro-ministro, nem com o Presidente da República e com a ex-ministra da Saúde "significa que foi Lacerda Sales o responsável por esta consulta ter sido conseguida da forma que foi".

Explica também que quando André Ventura se refere à questão dos médicos, não tem razão porque, como explica o relatório da Inspeção-Geral das Atividade em Saúde (IGAS), "há uma irregularidade na marcação da consulta, mas todos os procedimentos médicos são os normais". Refere ainda que o médico que atendeu as gémeas não tem de saber" de que forma foi marcada a consulta "e é normal que não saiba".

"O que o IGAS nos disse é que do ponto de vista médico não há nada a apontar".

Paulo Baldaia considera que a comissão parlamentar, que vai continuar na próxima sexta-feira, "não vai dar em nada de muito especial".

"Do ponto de vista político, é pouco provável que vá sair daqui alguma conclusão".

Há "alguma fragilidade na candidatura de António Costa" para o Conselho Europeu

O comentador SIC aborda ainda o jantar informal de líderes da União Europeia que terminou sem acordo, numa primeira discussão sobre cargos de topo no mandato seguinte que envolve António Costa, e sustenta que o ex-primeiro-ministro "está no mesmo sítio em que estava ontem".

"A sua candidatura acaba por ser instrumental naquilo que é uma negociação normal entre famílias políticas europeias." Para além disso, há "alguma fragilidade na candidatura de António Costa porque há uma suspeita lançada sobre o ex-primeiro-ministro, que levou à sua demissão, que não está resolvida."

Ao terminar a análise, Paulo Baldaia diz que acha que "não é provável" que o ex-presidente do Conselho Europeu e primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk ponha em causa a escolha de António Costa.