Foi no verão de 2020 que um incêndio em dois abrigos sem condições na Serra da Agrela, em Santo Tirso, fez disparar a indignação popular. Quase 200 animais foram resgatados e acolhidos por famílias e associações, mas 73 cães e gatos acabaram por morrer. Para que estas imagens não se repitam, o PAN deu entrada na Assembleia com um pedido para a criação do Dia Nacional do resgate animal a 18 de julho.
Quatro anos depois do incêndio, Elsa continua à espera de ser adotada. Chegou à associação dos amigos dos animais de Santo Tirso desnutrida e cheia de parasitas. Sem avanços significativos está também o processo crime que foi instaurado, ainda nem sequer foi deduzida a acusação.
“Precisamos, não só, que a reabertura do processo, da sua instrução, tenha o seu avanço. A última diligência foi adiada pela greve dos oficiais de justiça, o que também denota aquilo que é um problema crônico na justiça do nosso país que tem a ver com a falta de meios”, diz Inês de Sousa Real, porta-voz do PAN
A deputada do PAN está preocupada com o abandono de animais durante os meses de verão e, por isso, defende a criação de equipas e de um plano nacional de resgate animal. O partido quer criminalizar a recusa de acesso para salvamento em caso de emergência.
“Queremos garantir que em Portugal temos um 112 animal que permita que este tipo de situações não volte a acontecer, mas também que qualquer pessoa que impeça o acesso, seja a um abrigo ou a uma casa particular, que possa incorrer no crime de desobediência às autoridades para que precisamente não voltemos a ter esta tragédia”, explica a porta-voz do partido.
Acrescenta ainda que “neste momento, ao nível do Orçamento do Estado, aquilo que conseguimos para 2024 foram 13 milhões de euros e não compreendemos porque é que Luís Montenegro não disponibiliza estes avisos que já deveriam estar na rua”.
Ao final da tarde desta quinta-feira, o PAN organiza uma vigília pelos animais vítimas de maus-tratos, em frente à Câmara do Porto.