As imagens das câmaras de vigilância mostram o mais recente caso de desacatos ocorrido no jardim público da Covilhã. Desta vez, a violência resultou em agressões, mas os distúrbios têm sido recorrentes.
“A pedir bebidas alcoólicas quando eles sabem de antemão que estavam proibidos de frequentar o nosso estabelecimento por vários distúrbios que já tinham acontecido anteriormente e, a partir daí, a colaborar disse não e começaram a partir tudo em direção a mim e depois, no fim de partir tudo, vão para dentro do estabelecimento, mesmo dentro da parte do balcão e começam a agredir selvaticamente”, recorda José António Valezim, comerciante.
José António Valezim tem no rosto as marcas das agressões de que foi vítima há cerca de uma semana. Desde essa altura que tem o café fechado com receio do grupo de 6 indivíduos que têm vindo a frequentar o local e a causar insegurança a comerciantes e clientes.
“Não faz sentido termos um parque infantil aqui ao lado e termos aqui, a dois metros do parque infantil, pessoas completamente embriagadas, drogadas (...) a vender droga a menores”, diz José António Valezim,
António não sabe quando vão ter condições para reabrir o estabelecimento comercial e ali perto Nuno dono de uma pastelaria está a pensar em fechar portas:
“Estou a pensar se vou manter a casa aberta ou não porque sou pai, tenho mais do isto e o dinheiro não é tudo. Prefiro segurança, prefiro viver feliz em família e se tiver de ir trabalhar para outro sítio vou”, explica Nuno Agostinho, também comerciante local.
Têm sido tempos difíceis para quem aqui trabalha e não se sente seguro. Todos os comerciantes têm uma história para contar. Há quem aceda a gravar, mas pede salvaguarda com medo de represálias. Reconhece que a polícia tem reforçado a presença no local mas isso não tem chegado para resolver o problema.
“Eles vão para o tribunal, passado umas horas estão cá fora, obviamente as pessoas sentem-se inseguras. Não querem falar, não querem dizer o que se está a passar porque seguidamente estão novamente os mesmos marginais que foram levados pela polícia duas horas depois estão aí novamente. E é isso que também me faz dar o meu contributo aqui para que se tomem medidas concretas", contra um dos comerciantes que não quis revelar a sua identidade.
As queixas têm chegado à Câmara e à PSP da Covilhã. O grupo está devidamente identificado e a SIC sabe que alguns dos indivíduos terão antecedentes criminais.
A PSP explica que o grupo ainda não foi detido por não haver “enquadramento legal para a detenção dos individuos”. Acrescentando de seguida que “as pessoas são livres de circular no espaço público”.
José Pinto, comandante da PSP da Covilhã explica que a detenção só poderia acontecer se “já tivessem ido a primeiro interrogatório e lhes fosse aplicada uma medida de segurança de restrição daquele espaço, não é o caso, o tempo da justiça é não é o tempo normal do cidadão”.
O presidente da Câmara da Covilhã, Hélio Fazendeiro, diz que quer que “a situação se regularize o mais rapidamente possível no trabalho conjunto entre as forças de segurança e as autoridades judiciais para que esta situação, que está perfeitamente identificada, seja resolvida no mais curto espaço de tempo”.
O policiamento no jardim público foi reforçado e a queixa apresentada do mais recente caso de violência deu lugar a um processo crime que ainda decorre.