A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu esta segunda-feira um inquérito ao caso da grávida que sofreu um aborto espontâneo e que terá visto negada assistência no hospital das Caldas da Rainha.
Fonte do gabinete da ministra da Saúde disse à Lusa que o inquérito já foi aberto e atribuída para o mesmo uma equipa multidisciplinar.
A ministra da Saúde, por seu lado, está a acompanhar o caso "desde a primeira hora", adiantou a mesma fonte oficial.
O que aconteceu?

A mulher, com hemorragias após sofrer um aborto espontâneo, viu alegadamente negada a assistência no hospital de Caldas da Rainha, cuja urgência obstétrica estava encerrada, e apenas foi atendida após insistência do CODU e dos bombeiros, disse o comandante da corporação.
O comandante dos bombeiros das Caldas da Rainha, Nelson Cruz, explicou aos jornalistas que a "hemorragia era muito abundante" e que o tripulante insistiu para que a mulher não fosse atendida em Coimbra, a 130 quilómetros de distância.
Os Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha receberam o pedido de ajuda às 7:20, mas só cerca de uma hora depois da chamada é que o hospital aceitou atender a utente e após insistência do Centro de Orientação de Doentes Urgentes.
"Quando chegámos ao hospital, já sabíamos que a senhora estava dentro do seu veículo, que estava à porta do hospital e que estava com hemorragia, porque tinha tido um aborto espontâneo", disse o comandante dos bombeiros das Caldas da Rainha, Nelson Cruz.
O comandante considera, no entanto, que "é inadmissível" um hospital dizer que não é possível abrir ficha: “No mínimo, a pessoa tem de ser assistida, alguém tem de a receber, tem de ser rececionada e o hospital tem de abrir portas”.
Administração do Hospital rejeita esta versão

A administração da unidade hospitalar garante que isso não aconteceu e esclarece o que se passou.
“Temos registo que a utente apenas entrou no Hospital 8:04 de hoje [segunda-feira, 5 de agosto], tendo sido de imediato admitida. Em momento algum foi recusada a sua admissão, nem temos registo de várias insistências para admissão”, refere a administração no comunicado, acrescentando que “a utente foi prontamente admitida quando houve conhecimento de que estava a aguardar, a situação mereceu o atendimento necessário e ficou em vigilância”.
A administração do Hospital das Caldas da Rainha aproveita esta situação para salientar que este domingo, e “apesar de não estar a funcionar”, a maternidade da unidade hospitalar “atendeu quatro utentes e realizou dois partos”.