País

Agosto é mês eleito por muitos emigrantes para regressarem à terra

Na Bouça, aldeia do concelho da Covilhã, há quem aproveite os últimos dias de férias. É o caso de José e Margarida. O casal emigrado na Bélgica há mais de 40 anos regressa à aldeia da Bouça, no concelho da Covilhã, pelo menos 2 vezes no ano.

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A ida ao café pela manhã faz parte da rotina diária de José e Margarida em tempo de férias. O casal emigrado na Bélgica há mais de 40 anos regressa à aldeia da Bouça, no concelho da Covilhã, pelo menos 2 vezes no ano.  Já não têm pais vivos por cá, mas têm irmãos e primos que não dispensam o convívio familiar

Pelas ruas há percursos que não se esquecem. Aqueles tantas vezes percorridos em criança. O caminho por locais que mesmo com o passar dos anos se mantém intocáveis. Quem está longe sabe dar valor. 

“A nossa principal atividade cá é a ribeira e os passeios, nós damos muitos passeios aqui na serra. Gostamos muito de falar com o pessoal da Bouça, e a família… a família é o principal (…) Aqui também vivemos com menos stress do que lá. Lá andamos sempre naquele movimento e aqui nós temos tempo para acalmar (…) aqui é mesmo bom ”, conta Margarida Mendes, emigrante. 

É um paraíso da natureza, mas não o suficiente para os manter por cá. Viajaram à procura de melhores condições de vida. Margarida ainda jovem estudante e José à procura de trabalho. Foi pedreiro antes da reforma

“Ganhámos um bocadinho mais do que aqui em Portugal e tínhamos outras condições de vida em tudo. Eram os transportes, as estradas, tudo o que era sociedade. (…) vivia-se melhor”, explica José dos Santos, emigrante. 

O casal reconhece que os tempos mudaram a aldeia terra natal é disso exemplo para melhor. Por cá o país também evoluiu, mas não tanto como desejam. 

“Falo assim com certas pessoas e dizem-me a reforma que ganham e acho que é pouco… é muito pouco para o custo de vida”, diz Margarida. 

Já reformados gostariam de regressar em definitivo à terra, mas na Bélgica têm raízes difíceis de largar. 

“Definitivamente é um bocado difícil porque tenho lá os filhos, os netos estão lá na escola, tenho o meu netinho com dois anos e meio (...) senão não havia problemas em vir para cá”, explica José. 

São os últimos dias de José e Margarida pela Bouça. Em breve regressam ao país que os acolheu. Serão dois dias de viagem com paragem pelo caminho e com a aldeia cravada na serra sempre no coração.

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