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Secretário regional da Proteção Civil da Madeira acusado de se ausentar para férias: "É a minha vida pessoal, só a mim me diz respeito"

O secretário regional com a pasta da Proteção Civil no Governo Regional da Madeira está a ser acusado de se ter ausentado, durante esta terça-feira, para fazer férias na ilha do Porto Santo, abandonando as operações no terreno. Também Miguel Albuquerque, presidente do Governo regional, acompanhou a evolução do incêndio no Funchal a partir do Porto Santo.

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Dois altos responsáveis políticos do Governo Regional da Madeira estiveram, esta terça-feira, ausentes para férias numa altura em que 10% da zona florestal da ilha já ardeu no incêndio que deflagrou há uma semana, a 14 de agosto. Miguel Albuquerque, presidente do Governo regional, e Pedro Ramos, secretário regional da Saúde e da Proteção Civil da Madeira, passaram o dia no Porto Santo.

Foi a partir da "ilha dourada" que Pedro Ramos deu uma entrevista, esta noite, à SIC Notícias. Confrontado com a ausência do teatro de operações, o responsável pela tutela da Proteção Civil argumentou que a evolução do combate ao incêndio estava mais favorável, acrescentando que existem outros dirigentes a trabalhar no local.

"É a minha vida pessoal. Só a mim me diz respeito. A minha ausência realizou-se porque o combate ao incêndio continua a ser feito e porque a situação está mais favorável. A gestão da Proteção Civil diz respeito à secretaria regional da Saúde e Proteção Civil que tem um presidente, um vogal e 11 corporações de bombeiros", afirmou.

Esta tarde, o Diário de Notícias da Madeira dava conta de que não se iria realizar a habitual conferência de imprensa de ponto de situação do incêndio, devido às férias do secretário regional, Pedro Ramos. À SIC Notícias, questionado sobre a inexistência do briefing diário, Pedro Ramos preferiu não responder.

"Eu gostaria de dizer que a preocupação neste momento do incêndio da Madeira diz respeito ao Pico dos Cardos, com a probabilidade do incêndio se propagar para o concelho de Santana; no que diz respeito à zona do Paul da Serra e a probabilidade do incêndio se propagar para a Ponta do Sol, a situação está contida; e no que diz respeito à zona da Encumeada, o incêndio está circunscrito graças ao trabalho dos profissionais", disse, optando por não responder à questão sobre o briefing diário.

No terreno, esta noite, o incêndio está a ser combatido por 100 operacionais apoiados por 20 meios. No total, e de acordo com Pedro Ramos, estão empenhados na Madeira cerca de 800 profissionais, em sistema de rotatividade, a combater o fogo.

Questionado sobre a demora em aceitar a ajuda do Continente, o secretário regional sublinhou que esteve sempre em contacto com o secretário de Estado Paulo Ribeiro, rejeitando o atraso a aceitar os meios disponibilizados pelo Governo da República.

Esta terça-feira, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, não excluiu a colocação de um segundo meio aéreo na Madeira. Em entrevista à SIC Notícias, Pedro Ramos lembrou que o meio aéreo não vai chegar ao território madeirense em 24 horas, apontando para o futuro uma eventual solução.

O secretário regional da Saúde e da Proteção Civil da Madeira não reconhece falhas no combate do incêndio da Madeira e faz questão de repetir várias vezes: "Não temos vítimas e não temos habitações nem edifícios essenciais destruídos. Não temos situações a lamentar".