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Há alunos que podem começar o ano sem manuais escolares devido a atrasos no pedido dos vales

Há alunos que podem começar o ano letivo sem os manuais escolares. As papelarias confirmam atrasos na entrega dos livros, muito por culpa dos encarregados de educação que não acederam aos vouchers atempadamente.

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As papelarias já começaram a entregar os manuais escolares mas há alunos que vão começar as aulas sem os livros das respetivas disciplinas, isto porque os encarregados de educação não receberam ou demoraram a fazer o pedido dos vouchers na plataforma, responsável pela emissão dos vales.

Sendo certo que as editoras só produzem os manuais depois das encomendas, são as papelarias que sofrem com as reclamações.

“Agora começa a complicar bastante. As editoras estão muito demoradas e começa a aproximar-se o prazo do início das aulas e as pessoas começam a reclamar. Quem fez as encomendas por último são os que mais reclamam porque agora demoram mais tempo as editoras a entregarem os livros”, explica Lurdes Sousa, funcionária

Mas há também quem reclame o preço dos materiais escolares, principalmente os livros de fichas e cadernos de atividades, sendo certo que há muito tempo que os encarregados de educação deixaram de pagar pela maioria dos manuais.

“Por alto, 450 euros em média mais ou menos e vamos ver se não há oscilações do orçamento (...) livros, materiais, mochilas, livros de fichas que o Estado não oferece. Esse material todo que estamos a englobar só para uma criança e a poupar. Não podemos alargar muito o leque no material, vamos para o mais barato e mesmo assim 450 euros só para uma criança acho que é um valor muito elevado”, diz Roberto Monteiro, encarregado de educação que revela à SIC estar a pagar mais do que no ano passado. 

A insatisfação sente-se também nos proprietários das papelarias porque as margens no lucro da venda dos manuais escolares, diminuíram desde a pandemia.

“Cada vez mais temos mais dificuldades. Temos de lutar contra as editoras que vendem diretamente os manuais escolares, contra editoras que são donas de plataformas digitais assim como de livrarias, temos de lutar contra supermercados, contra grandes marcas e é um nicho cada vez menor onde estamos a ter maiores dificuldades em nos manter à tona”, diz Alberto Bago, proprietário papelaria

A tecnologia e o digital vieram em muitos casos substituir o papel. compete às papelarias acompanhar essa evolução e ajudar clientes e encarregados de educação a resolver os problemas, que resultam da falta de acesso ou atraso nos vouchers dos manuais escolares.