O politólogo Bruno Costa considera que a ministra da Justiça, Rita Júdice, fez uma declaração "muito curta" face à gravidade da fuga dos cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre. Contudo, acredita que haverá uma aposta "significativa" do Governo no setor depois de identificadas as falhas e os responsáveis.
Na SIC Notícias, o especialista explica que o Governo tem a "responsabilidade política" de transmitir "preocupação" e de passar "calma, tranquilidade e compromisso".
"Seria expectável que Rita Júdice pudesse dar uma mensagem política de preocupação, de compromisso do Governo de investigação até às últimas consequências", afirma.
Para o politólogo, a ministra da Justiça fez uma declaração "muito curta" face à "dimensão e gravidade do evento".
Bruno Costa destaca que é "caricato" ter sido Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República, o primeiro elemento de um órgão de soberania a falar sobre o caso da fuga dos reclusos.
A ministra da Justiça promete conclusões e decisões em breve. Rita Júdice quer primeiro reunir toda a informação possível. Ao Observador, o Ministério da Justiça disse que espera receber todo o material brevemente, sem especificar que dados foram pedidos e a que instituições.
Na mesma linha, o especialista considera que a opinião pública deve exigir medidas mais concretas para reforço de segurança nas prisões portuguesas para dar "tranquilidade" à população.
"Fica a dúvida sobre o nível de segurança em todos os outros estabelecimentos prisionais", refere.
Para Bruno Costa, será "expectável" que, depois de identificadas falhas e os responsáveis, possa haver "aposta muito significativa" do Governo no setor.
Os cinco reclusos que fugiram do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no sábado passado, continuam em fuga. As forças de segurança acionaram um alerta geral para a captura dos cinco homens.
Questionado sobre a diminuição de emprego nas forças armadas e de segurança, apesar do aumento do emprego público, o politólogo considera que há uma "distribuição errada" de setores.
"Durante muito tempo, contratou-se para áreas que não tinham essa necessidade. Agora, temos áreas muito deficitárias, como forças de segurança, forças armadas, saúde e segurança", afirma.
Na SIC Notícias, o politólogo refere que há uma "identificação clara" dos setores com necessidade de recrutamento imediato. E lembra que a área da segurança foi "sendo abandonada" porque "não é suficientemente atrativa".
A síntese estatística diz que houve um aumento do emprego público, mas a maior diminuição absoluta face ao segundo trimestre de 2023 ocorreu nas forças armadas e de segurança, com menos 692 trabalhadores.