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Más práticas no Hospital de Faro: IGAS abre processos contra médicos mas ULS arranja pareceres contrários

A Unidade Local de Saúde do Algarve frisa que esses dois relatórios ilibam os seus profissionais de erro e anuncia a intenção de acionar os mecanismos legais para repor o bom nome da instituição e dos colaboradores.

Hospital de Faro
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Há seis meses, uma médica interna fez denúncias graves sobre alegados casos de erros e más práticas no serviço de cirurgia do Hospital de Faro. A Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) encontrou irregularidades em seis dos 12 casos analisados e abriu os processos disciplinares a dois médicos mas o hospital arranjou pareceres que dizem o contrário.

Foram analisados 12 casos, 11 denunciados pela médica interna, Diana Pereira, e mais um que já estava em investigação desde 2022.

A conclusão do inquérito da IGAS diz que seis motivaram a abertura de processos disciplinares aos médicos visados na queixa. Noutros seis, os métodos e procedimentos foram os adequados.

Também o Conselho Disciplinar da Ordem dos Médicos confirma ter sido deduzida acusação contra os dois cirurgiões, na sequencia das denúncias de Diana Pereira.

A médica, que na altura tinha três meses de especialidade, acusou o orientador de formação de más práticas e o chefe de serviço de conivência. Aquele órgão considerou haver indícios de diversos ilícitos disciplinares. O processo contra os dois cirurgiões está a decorrer, não havendo ainda decisão final.

No entanto, os relatórios da comissão independente de peritos e do colégio da especialidade de cirurgia geral, ambos solicitados pela mesma Ordem dos Médicos, tinham concluído que a conduta dos intervenientes foi adequada e proporcional à situação clinica dos casos analisados.

A Unidade Local de Saúde do Algarve frisa que esses dois relatórios ilibam os seus profissionais de erro e anuncia a intenção de acionar os mecanismos legais para repor o bom nome da instituição e dos colaboradores.

Acrescenta ainda que não deixará de extrair consequências a quem possa ter feito acusações improcedentes