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À procura de algo que nunca existiu: desinformação partilhada pelo Chega custou 45 mil euros ao Estado

O semanário Expresso revelou que tudo aconteceu a 21 de agosto, quando se espalhou nas redes sociais, o alerta de que mais de uma dezena de embarcações de pesca chinesas estavam ao largo da ilha das Flores, nos Açores.

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O Estado gastou 45 mil euros para procurar uma série de barcos chineses que o Chega dizia estarem ao largo dos Açores. O aviso mobilizou meios da Marinha e Força Aérea mas quando lá chegaram, não havia qualquer embarcação, revelou o semanário Expresso.

No ar, um avião de patrulhamento da Força Aérea. No mar, um semirrígido da Marinha. Em terra, dezenas de funcionários do Estado em busca de barcos que nunca existiram.

Aconteceu a 21 de agosto, quando se espalhou nas redes sociais, o alerta de que mais de uma dezena de embarcações de pesca chinesas estavam ao largo da ilha das Flores, nos Açores.

O Chega amplificou a informação, denunciou uma "situação alarmante" e partilhou esta imagem com a posição dos "barcos invasores".

E assim começou nos Açores, uma missão para detetar 15 barcos chineses na Zona Económica Exclusiva das Flores.

Começou por ser ativado o Centro de Operações Marítimas. Articulou-se com o Centro de Análise de Dados Operacionais da Marinha.

Foi entretanto mobilizada uma terceira entidade, o Centro de Controlo e Vigilância da Pesca da Direção-Geral dos Recursos Naturais e Serviços Marítimos.

Daí o contacto seguiu para a Força Aérea e para a Inspeção Regional das Pescas dos Açores. Cinco entidades mobilizadas para a missão que culminou com uma aeronave a percorrer 1 750 milhas náuticas, durante sete horas.

Mas no mar nem sinal dos barcos. O Ministério da Defesa diz que com tudo isto a Marinha gastou 315 mil euros e a Força Aérea, 6 438.

A missão custou ao Estado mais de 45 mil euros sem necessidade.