As escolas de Odemira ainda estão a tentar responder ao aumento de alunos estrangeiros inscritos este ano letivo. Na freguesia de S. Teotónio, as salas de aula não chegam e, apesar dos esforços, a língua continua a ser uma barreira.
733 alunos só numa escola, mais uma centena que o ano passado. Crianças de 32 nacionalidades que partilham o mesmo espaço de ensino a ritmos diferentes.
Esta quarta-feira de manhã, a aula de Português Língua Não Materna foi dedicada aos verbos. É das poucas aulas com cadeiras vazias e há uma explicação para isso.
"Tenho um aluno que se foi embora, foi para a Índia de férias. O pai assinou um compromisso. Eu vou enviar tarefas para ele fazer (...). Estão meses fora e depois quando voltam a dificuldade ainda é maior", conta Ana Lameiras, professora de Português Língua Não Materna.
Metade dos alunos da EB. 2,3 de S. Teotónio tem origem estrangeira.
As aplicações de tradução são fundamentais para estas crianças. É o caso da nepalesa Yangji. Está em Portugal há 10 meses, mas vai mudar-se para a Dinamarca por causa da família. Nunca chegou a dominar o português.
Uns vão, outros ficam e as dificuldades persistem. Agora há mais turmas e a escola teve de adicionar seis contentores, mas as mudanças não ficam por aqui.
Em 2023, Odemira fechava o ano letivo com um total de 3.444 alunos inscritos. Hoje, são quase 3.900, números que só deverão continuar a crescer.