Em Oleiros, distrito de Castelo Branco, há aldeias onde há quase 30 anos não nascia uma criança. Desde o ano passado que o cenário mudou e a imigração tem dado o seu contributo. A brasileira Fernanda, por exemplo, tem três filhos. O mais novo, Isac, nasceu há seis meses.
A creche com lotação esgotada é sinal de esperança num concelho considerado o mais envelhecido do país, com 720 idosos por 100 jovens, mas que começa a dar os primeiros passos na inversão demográfica.
A autarquia tem feito um esforço com um programa de apoio à natalidade. Ana e Miguel aproveitam a ajuda em dobro:
"Temos por cada criança 5.000 euros que são distribuídos durante 3 anos", conta Ana Garcia, residente de Oleiros.
Entre janeiro e setembro, nasceram em Portugal pouco mais de 63.000 bebés, menos 430 do que em igual período do ano passado. E é no interior do país que se destaca a quebra da natalidade que é tendência nacional.
Os dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge fazem antever nova descida da natalidade, com Bragança a ser o distrito com menos nascimentos (362), seguido da Guarda (528) e Portalegre (401).
Mas Oleiros, o concelho mais envelhecido do país, tem dado os primeiros passos na inversão demográfica.