Paulo Rangel afirma que o Governo só se compromete a descer 1% de IRC no Orçamento de 2025, mesmo que haja partidos a propor reduções superiores na discussão da especialidade. A garantia foi deixada, esta manhã, numa entrevista à SIC Notícias.
Agora, começa uma nova fase de incertezas. Com o Orçamento aprovado na generalidade, o Executivo aposta na narrativa da responsabilidade do PS para tentar limitar danos na fase especialidade.
Em entrevista à SIC Notícias, o ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu que o Governo “conseguiu chegar a acordo com o PS”, já que “foi muito longe na tentativa de se aproximar” das posições socialistas - algo que é rejeitado pelo líder do PS, Pedro Nuno Santos, que, ainda assim, optou por viabilizar o Orçamento do Estado.
“Se formo rigorosos foi suficiente, porque a única questão que podia estar aqui em discussão era 1% do IRC”, defendeu Paulo Rangel.
E foi precisamente por causa da descida do IRC que Governo e PS terminaram as negociações sem acordo. Os socialistas já fizeram saber que, na fase de especialidade, votarão contra a descida do imposto para as empresas.
A proposta do Chega
A proposta do Governo fica assim a dependente do sentido de voto do Chega, que, por sua vez, vai apresentar uma proposta de alteração na especialidade para que a descida do IRC seja de 2%.
“Há uma coisa que este Governo tem: cumpre a sua palavra”, assegurou Paulo Rangel, rejeitando que o PSD vá ceder ao Chega nesta matéria (apesar de o Governo pretender, inicialmente, essa descida de IRS maior).
“A partir do momento em que [o Govenro] aceitou – de forma a permitir que o PS viabilizasse o Orçamento - que o IRC venha para 1%, é esse o seu compromisso”, garantiu o ministro.
Às dúvidas sobre o IRC, soma-se o facto de o Governo partir para a especialidade sem saber se o PS vai propor um aumento das pensões superior àquele que é a vontade do Executivo.