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Cheias em Valência: autoridades procuram vítimas em garagens

Empresas do ramo automóvel calculam que cerca de 100 mil veículos tenham sido destruídos pelo temporal. A prioridade é cuidar dos vivos, limpar destroços e localizar vítimas mortais. No terreno estão mais 10 mil elementos da polícia nacional.

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Em Valência, só uma semana depois é que começam a surgir sinais no terreno de presença e organização das autoridades. O acesso a 10 localidades continua interditado.

Empresas do ramo automóvel calculam que cerca de 100 mil veículos tenham sido destruídos pelo temporal. O exército e a marinha espanhola reforçaram o contingente, com mais 2.500 militares a juntarem-se aos 5 mil que já tinham chegado a Valência durante o fim de semana.

A prioridade é cuidar dos vivos, limpar destroços e localizar vítimas mortais. No terreno estão mais 10 mil elementos da polícia nacional.

Mergulhadores e equipas especializadas continuam a vasculhar as zonas ainda submersas, como os parques de estacionamento dos centros urbanos e comerciais e em garagens. Os militares rendem as equipas de voluntários que, nos últimos dias, surpreenderam as populações afetadas de Valência e arredores.

Num momento em que o descontentamento popular cresce na região, as várias forças políticas, a nível central e local, tentam sacudir a lama da desastrosa gestão da emergência, aliada a uma crise ambiental potenciada pelas alterações climáticas, mas com raízes em décadas de má gestão do território, desvio de rios e urbanização desenfreada.

As imagens (impressionantes) da destruição no circuito que ia receber o Grande Prémio de Valência de MotoGP

A calamidade em Espanha está a ser comparada às cheias dos arredores de Lisboa em 1967, onde terão morrido 700 pessoas. Ainda sem uma estimativa do número de mortos, teme-se que, em Valência, esse número possa vir a ser ultrapassado.