As vítimas do surto de legionella em Vila Franca de Xira admitem recorrer ao Tribunal Europeu. O caso aconteceu há 10 anos. Infetou mais de 400 pessoas e matou pelo menos 14. Mas cerca de 330 pessoas continuam à espera que a a justiça reconheça os danos e decida as indemnizações.
Catorze pessoas morreram e mais de 400 foram afetadas pelo surto de legionella em Vila Franca de Xira, considerado o segundo com mais casos em todo o mundo.
Dez anos depois, a maioria dos sobreviventes sente-se injustiçada e os especialistas não entendem a discriminação na atribuição de compensações, que alegadamente se baseia na realização, ou não, de uma análise para determinar a estirpe contaminante.
"Houve uma falha da justiça e provavelmente o não entendimento das necessidades clínicas e epidemiológicas para estabelecer a definição de caso", afirma o pneumologista Filipe Froes.
Os especialistas consideram, por isso, que deviam ter sido indemnizadas todas as vítimas reconhecidas pela Direção-Geral da Saúde.
A Associação de Apoio às Vítimas da Legionella de Vila Franca de Xira admite recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, além da indemnização de 2,6 milhões de euros que reclama ao Estado português.
O surto de Vila Franca de Xira, além de ter matado 14 pessoas, deixou sequelas em muitas outras.
Apenas 73 vítimas receberam indemnizações.
O surto foi causado pela falta de cumprimento de um conjunto de regras técnicas na conservação e manutenção de uma das torres de refrigeração da Adubos de Portugal.