São efeitos do mecanismo de aceleração de carreiras criado ainda pelo anterior Governo e que permite compensar os trabalhadores da função pública pelos anos afetados pela congelação das carreiras.
Ao contrário dos restantes funcionários públicos, que necessitam de 12 pontos de avaliação para a progressão, no caso dos polícias este mecanismo permite a progressão quando são atingidos os seis pontos, como já acontece com a GNR.
A dúvida residia na possibilidade de acumular a progressão através do acelerador de carreiras, usado de forma única e excecional, com a progressão habitual através do modelo de avaliação. O mais recente comunicado do Ministério da Administração Interna sobre o assunto veio dar resposta à questão.
“Não há qualquer impedimento legal, quanto à possibilidade de sucessiva alteração de posicionamento remuneratório dos polícias e demais trabalhadores da Polícia de Segurança Pública, que viram a sua posição remuneratória alterada por aplicação do 'diploma acelerador' e que ainda detêm, por via da 'avaliação de desempenho' os pontos necessários à sua progressão", pode ler-se no comunicado.
Assim, com a garantia da tutela de que a situação vai ser regularizada já este mês, há milhares de agentes da PSP que, com o salário de dezembro, vão receber mais 737 euros brutos. Um valor que corresponde a um aumento mensal de 52,6 brutos mensais, com retroativos desde janeiro.
Aberta a possibilidade de progressão duas vezes este ano, há profissionais que podem mesmo conseguir um aumento mensal de 105 euros brutos. A aplicação do do acelerador de carreiras na PSP vai custar ao Estado cerca 16 milhões de euros este ano.