A referência ao então secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, no processo clínico das gémeas luso-brasileira causou estranheza ao auditor interno do hospital de Santa Maria, em Lisboa.
"Quando fizemos a entrevista [à Dra. Teresa Moreno] também considerámos estranho porque estava registado e a explicação foi simples e objetiva. Tratando-se de um medicamento com os custos que todos nós sabemos, e para o próprio clínico se acautelar deste tipo de situações, decidiram colocar no processo clínico por escrito", afirmou o técnico de auditoria interna responsável pela elaboração do relatório de auditoria do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte sobre o processo das gémeas.
Para António Almeida, ouvido na Comissão de Parlamentar de Inquérito, esta foi a única menção a políticos feita na auditoria realizada no final do ano passado.
A auditoria concluiu que houve ilegalidade na marcação da consulta. As meninas, como ficou claro na audição aos médicos que fazem a triagem dos casos, não chegaram ao hospital de Santa Maria através do sistema habitual de referenciação, apesar de cumprirem os critérios clínicos para o tratamento.
A comissão de inquérito ao caso das gémeas faz agora uma pausa e regressa aos trabalhos a 6 de janeiro.