Elad Dror, diretor executivo do grupo Fortera bem tentou que o caso não chegasse a julgamento. A defesa do empresário da construção civil foi uma das que pediram a abertura de instrução do processo, mas o juiz decidiu levar a tribunal todos os arguidos nos exatos termos da acusação.
Depois disso, o advogado do israelita contestou, então, a data de início dos trabalhos. “Provavelmente, não vai começar hoje, porque é ilegal começar hoje. (...) Nem sequer houve tempo de ler a contestação”, diz Elad Dror, arguido e diretor executivo do grupo Fortera.
O advogado de Elad Dror ainda apresentou um requerimento por considerar impossível preparar uma defesa adequada, já que o prazo para contestações só terminou há três dias, mas os argumentos caíram em saco roto. O julgamento arrancou mesmo, apenas mais tarde do que o previsto.
Patrocínio Azevedo, ex-vice presidente da Câmara de Gaia, e o advogado João Lopes, também arguido, já fizeram saber que sim… que irão prestar declarações em tribunal. Já o empresário Paulo Malafaia disse estar disposto a prestar “decorações”, mas esbarrou nos planos do seu defensor que atirou as "decorações" lá mais para a frente.
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À parte do momento cómico, o advogado declarou que a acusação não tem sustentação legal nem racional. Já o advogado do ex-vice de Gaia prometeu que vai demonstrar que o Ministério Público confunde normal atividade política com atos ilícitos.
Acusado de 18 crimes, incluindo corrupção, prevaricação e tráfico de influência, Patrocínio Azevedo é o nome mais sonante deste processo. Está em prisão preventiva há 20 meses.
O Ministério Público acredita que terá acelerado e facilitado o licenciamento de projetos imobiliários de luxo do grupo Fortera, a troco de presentes caros, como relógios de luxo e 125 mil euros em dinheiro. O intermediário seria o advogado João Lopes, que está com pulseira eletrónica.
São ainda arguidos neste processo o empresário Paulo Malafaia - também envolvido na Operação Vórtex - e Elad Dror.
Numa acusação com quase mil páginas, estão em causa dezenas de crimes económicos relacionados com negócios imobiliários do grupo Fortera, avaliados em 300 milhões de euros.